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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Caminhoneiro gaúcho é atacado por onça no interior do Mato Grosso


Caminhoneiro gaúcho é atacado por onça no interior do Mato Grosso Rachel Rocha/Especial/Especial
Petkovicz foi liberado à tarde do hospital, onde levou mais de 200 pontos Foto: Rachel Rocha/Especial / Especial
"Ela foi me abraçando, me derrubou no chão e veio para cima de mim", contou Alex Petkovicz

É a Deus e a uma bicicleta que o gaúcho Alex Eduardo Petkovicz agradece após ter sobrevivido ao ataque de uma onça em Ipiranga do Norte, município próximo a Sorriso e distante 470 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso, no início da madrugada desta quarta-feira.
Há apenas 11 meses morando na localidade, o caminhoneiro de Erechim, no norte do Rio Grande do Sul, teve de se defender de patadas, arranhões e mordidas enquanto preparava seu veículo para uma viagem. Nem mesmo a boa iluminação do barracão, na região central da cidade de pouco mais de 5 mil habitantes, foi suficiente para afugentar o animal.
Pai de Letícia, cinco anos, e casado com Rejane Daiane Kczipek, 22 anos, Petkovicz foi liberado à tarde do hospital em Sorriso, para onde foi encaminhado após ser atendido inicialmente em um pronto-socorro de Ipiranga do Norte. A recuperação dos ferimentos deve levar cerca de 30 dias. O caminhoneiro, que costuma fazer fretes carregando grãos como soja e milho, ainda sentia dores para falar quando conversou com Zero Hora, por telefone, na noite desta quarta-feira.
"Ela foi me abraçando, me derrubou no chão e veio para cima de mim"
Zero Hora — O senhor está recuperado do susto?
Alex Eduardo Petkovicz —
Rapaz, vamos tentar nos recuperar nos próximos 30 dias.

ZH — Como foi o ataque?
Petkovicz —
Foi dentro de um barracão aqui em Ipiranga. Tudo iluminado, não sei o que deu de essa onça vir no barracão. Tinha umas entregas às 6h30min, mas não conseguia dormir e, às 2h, fui lá de bicicleta colocar umas coisas para cima da carroceria. Ainda disse para a minha esposa: olha, não se preocupa que eu só vou lá e já volto para pegar o resto das coisas. Venho tomar um café.

ZH — O que ocorreu, então?
Petkovicz —
Cheguei e fui levar a bicicleta em uma parte iluminada. Quando vi, ela me atacou. Consegui empurrar a bicicleta por cima dela e ela foi me abraçando, me derrubou no chão e, depois, veio para cima de mim, com as patas, nos braços, na cabeça, no rosto.

ZH — Foram dois ataques?
Petkovicz —
Ela pulou, eu comecei a gritar e ela saiu de cima e foi perto de um tanque. Eu peguei a bicicleta e fui saindo, mas ela avançou de novo e me derrubou em cima de umas britas. Daí, foi mais feio.

ZH — O senhor ficou muito machucado?
Petkovicz —
Bastante, cortes profundos das unhas dela. Não sei bem ao certo, mas ouvi conversa que foram mais de 200 pontos. O braço direito foi o mais atingido, onde ela mordeu. Ela subiu em cima da bicicleta e tentava me morder. Na barriga, peito, perna. Não fez nada por causa da bicicleta.

ZH — O senhor imagina por que a onça parou de atacar?
Petkovicz —
Eu estava gritando, gritando, daí, sei lá o que deu que ela se afastou, me deu uma unhada e saiu a passo para o tanque. Eu me levantei e saí correndo. Um vizinho me levou ao pronto-socorro, que é pertinho.

ZH — O senhor já tinha passado por algo parecido com isso?
Petkovicz —
Deus o livre, nunca. Nunca tinha visto uma onça na minha vida. Esses dias, eu estava até pensando que queria ver uma onça, mas não gostei nada de ver ela.

ZH — Que tamanho tinha a onça?
Petkovicz —
O bicho era grande A minha sorte foi a bicicleta e Deus que mandou ela parar naquela hora, que eu já tinha perdido bastante sangue e não estava conseguindo mexer um braço, que está bastante retalhado. Onde ela mordeu é que está doendo mais.

Fonte Zero Hora

Um comentário:

  1. Provavelmente pelo fato de atacar e logo depois sair como se nada tivesse acontecido, ela devia estar protegendo filhotes. Se atacasse para matar ele provavelmente estaria morto.

    P.S. Não sou nenhum biólogo, apenas me interesso nessa área e pesquiso bastante.

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