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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Descoberto o gene da “sensação de cansaço”

Pesquisa encontra explicação genética para sensação de cansaço
Pesquisa revela uma variação genética comum em que é sonolento durante o dia

Por que duas pessoas podem ser igualmente privadas de sono e, no dia seguinte, uma delas se sentir mais cansada e apática do que a outra?

A resposta pode estar em seus genes, sugere um novo estudo.

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia (EUA) descobriram que existe uma variação genética comum em indivíduos sadios que são mais sonolentos e mais cansados quando privados de sono. O gene está relacionado à narcolepsia - que provoca sonolência diurna excessiva - mas estudos anteriores já haviam mostrado que até um terço das pessoas que apresentam esta variação têm o padrão de sono considerado saudável.

"Este gene específico, que é presente em cerca de 30% da população, pode ser um biomarcador para prever como alguém vai responder se não dormir bem", disse a autora do estudo Namni Goel, professora assistente de psicologia e psiquiatria da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia.

"Este estudo fornece evidências claras de que os genes podem ser uma peça chave e determinam o modo como reagimos à privação do sono", completou Jeffrey Ellenbogen, chefe do depertamento de Medicina do Sono do Hospital Geral de Massachusetts.

"É importante ressaltar que o tipo de privação de sono examinada neste estudo é chamada de ‘privação parcial de sono’. Não é apenas uma técnica de laboratório, é algo que acontece com milhões de pessoas, por uma variedade de razões ", acrescentou. "E este marcador genético é comum. Então, estamos falando de um monte de gente que este estudo descreve como potencialmente suscetível à maior sonolência."

Métodos
Para o estudo, publicado nesta terça-feira (26) na revista Neurology, Goel e seus colegas analisaram 92 adultos saudáveis, sem a variação genética e 37 adultos saudáveis que tinham o gene, mas não possuíam distúrbios do sono.

Nas duas primeiras noites, eles passaram 10 horas na cama e ficaram completamente descansados. Nas cinco noites seguintes, os participantes foram submetidos à privação parcial de sono crônica: só quatro horas noturnas na cama. No restante do tempo, as luzes ficaram acesas e eles puderam ler, jogar ou assistir filmes para ajudá-los a permanecerem acordados.

Durante o estudo, os pesquisadores mediram a sonolência dos participantes, a qualidade do sono e fizeram uma auto-avaliação, perguntando sobre sua atenção, memória e capacidade de resistir ao sono durante o dia. As pessoas com a variante genética eram mais sonolentas e mais cansadas e também tinham o sono mais fragmentado. Por exemplo, durante a quinta noite da privação do sono, aqueles com o gene, acordaram em média quatro vezes, enquanto aqueles sem a variação de genes acordaram duas vezes.

As pessoas portadoras do gene tiveram uma menor vontade de dormir durante as noites em que era possível passar 10 horas na cama. E elas também passaram menos tempo no chamado “sono profundo”.

Não houve diferença na forma como os dois grupos se comportaram na auto-avalição sobre memória e atenção após a privação do sono. Também não houve diferença na capacidade de resistir ao sono durante o dia.

Uma possível explicação para estes achados em particular é que "pode haver diferentes variações genéticas que regulam as respostas fisiológicas à privação de sono versus o modo como elas são capazes de agir nestas situações," disse Goel. “Às vezes, as pessoas avaliam que sentem-se bem e ainda assim seus desempenhos são péssimos e vice-versa", explicou Goel.

Ela acrescentou que são necessários mais estudos para replicar essas descobertas em outras populações, bem como identificar outros possíveis biomarcadores que podem explicar porque algumas pessoas parecem ser particularmente resistentes à devastação da privação do sono.

Novos tratamentos
Os autores de um editorial que acompanham o estudo disseram que as conclusões "são particularmente importantes para as pessoas envolvidas no trabalho em turnos e viagens intercontinentais". Afirmaram esperar que a investigação resulte em novos tratamentos para minimizar ou eliminar os efeitos em pessoas que respondem mal ao a privação do sono.

"Há sempre uma tendência de fazer julgamentos sobre alguém que dorme até meio-dia. Dizem que ele é preguiçoso ou algo assim", disse o editorial do co-autor do estudo, Amit Verma, diretor médico do Sono do Hospital Metodista, em Houston. "Mas o que este estudo destaca é que, se você está mais sonolento do que o seu amigo ou seu cônjuge depois de ter sido privado de sono, pode realmente ser uma razão genética."

Fonte iG

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