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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Com veto do governo, tabaco aromatizado usado em narguilé está com os dias contados

Com veto do governo, tabaco aromatizado usado
em narguilé está com os dias contados
O hábito de fumar narguilés (ou arguile), cigarros e cigarrilhas com sabor está com os dias contados desde março, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu proibir a comercialização de fumo com aditivos no Brasil.

Para o tabaco usado em narguilés e cachimbos, a decisão valerá a partir de março de 2014. Mas o que fazer diante da nova regra já é assunto entre os consumidores desses produtos.

"Até existe fumo sem sabor para narguilé", diz Raphael Barreiros, 23, programador de software. Ele é autor do Blog do Arguile (blogdoarguile.com.br), que tem cerca de 2.000 participantes. "Mas a graça está nos aditivos."

A Folha acompanhou um encontro de apreciadores de narguilé em São Paulo, organizado por Barreiros. A proibição publicada pela Anvisa era tema das conversas.

A fumaça tragada pelo grupo -cerca de 40 pessoas- tinha sabor de chá de pêssego, jaca, chocolate e chiclete de menta. Parecia um ritual de churrasco: de quando em quando, alguém mexia e virava o carvão aquecido.

"Isso é um costume milenar. O governo não pode simplesmente proibir", diz.

A decisão da Anvisa sobre o tabaco com aroma veio na onda da proibição de cigarros com sabor (que são 22% das marcas no país), que passará a valer já a partir de setembro de 2013. De acordo com a agência, o sabor incentiva os jovens a fumar.

"A regra da Anvisa é contraditória porque a lei já proíbe cigarro para menores de 18", diz o estudante Leonardo Magalhães, 19, que estava no encontro de Barreiros.

De acordo com a agência, estudos mostram que há ainda mais agentes carcinogênicos na fumaça do narguilé do que na do cigarro.

A quantidade de nicotina é cerca de quatro vezes maior na fumaça do narguilé. A concentração de alcatrão chega a ser 60 vezes mais alta.

A diferença está no hábito do consumo. Segundo Barreiros, os apreciadores de narguilé fumam em média uma vez por semana e em grupo, compartilhando a fumaça aspirada (na Arábia Saudita, o fumo deve ser individual).

"Não é oxigênio que o fumante inala, é fumaça. É óbvio que não faz bem", diz Ali Hajj, importador de narguilé, de São Paulo. "Mas existe uma discussão sobre como é feito o teste [das substâncias cancerígenas] por litro de fumaça", afirma.

Hajj importa 20 mil aparelhos por ano de países como China, Líbano e Egito. Os preços vão de R$ 25 a R$ 3.500.

Já o fumo, que costuma ser comprado na internet diretamente pelos consumidores, vem da Índia, dos Emirados Árabes, do Egito e dos EUA.

"Quem compra são adultos. Só 5% deles têm ascendência árabe", diz o comerciante, de família libanesa.

De acordo com o charuteiro e empresário Beto Ranieri, da Ranieri Pipes, a determinação da Anvisa não faz sentido quando o assunto é cigarrilha ou fumo para cachimbo. Isso porque quem consome esse tipo de produto não é jovem.

"Meu cliente mais novo de tabaco de cachimbo [que tem sabor] deve ter 75 anos de idade. Um público dessa idade não vira fumante porque se sentiu atraído pelo gostinho de chocolate do tabaco."

Fonte Folhaonline

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