Segundo pesquisas, apesar da proliferação dos registros médicos de saúde, 80% dos consultórios médicos ainda usam registros em papel
Mesmo com o crescente número de organizações de saúde adquirindo registros eletrônicos de saúde (EHRs), elas não estão necessariamente deixando o papel para trás. É o que diz uma pesquisa online aplicada aos hospitais, clínicas médicas e outros fornecedores de saúde realizada pela Anoto, uma fornecedora de caneta digital cuja tecnologia digitaliza anotações em papel e converte textos escritos a mão.
Três quartos dos questionados disseram que suas organizações possuíam EHRs. Ainda assim, das organizações que têm EHRs ou estão atualmente os implementando, quase 80% ainda usam registros de papel de uma maneira ou de outra.
Na pesquisa, os questionados precisavam comentar a forma que ainda usavam papel. A vice-presidente de merketing da Anotos, Virgina Carpenter, explica que viu prontuários, anotações de médicos, pedidos médicos e registros em suas respostas.
Como isso é possível se a maioria desses hospitais, clínicas, agências de saúde e instalações de cuidado a longo prazo têm EHRs? Umas das razões é que a definição de “EHR” varia muito. Em uma recente pesquisa independente de clínicas médicas ambulatoriais, 46% disseram que tinham EHRs, mas apenas 26% documenta suas anotações em registro eletrônico, usam o sistema para prescrições eletrônicas e fazem pedidos de exames ou resultados no EHR. Também, conforme os hospitais implementam o registro eletrônico de saúde, as anotações dos médicos são o último módulo a ser adicionado.
Mesmo se uma organização tenha aposentado os prontuários em papel, continua recebendo um imenso fluxo de fax e documentos em papel como relatórios hospitalares e de consultoria. Membros da equipe digitalizam os documentos para dentro dos EHRs; na pesquisa da Anoto, 48% dos questionados disseram usar escâneres para entrar dados no sistema.
Outro resultado da pesquisa mostrou que o uso de papel caiu significativamente nas organizações com EHRs. Quando questionados: Com qual regularidade os formulários em papel são usados (quando comparado com os formulários eletrônicos), em suas atividades diárias. 38% disseram que menos de um terço do tempo; 36% disserem que de um terço à metade do tempo; e o restante dos 25% disseram que usavam mais da metade do tempo. Já que 75% disseram ter o EHRs, essa descoberta sugere que as organizações com registros eletrônicos de saúde usam menos papel do que aquelas que não têm EHRs.
Rosemarie Nelson, uma consultora em TI de saúde que trabalha com clínicas médicas, disse à Information Week Healthcare que as clínicas reduziram sua confiança no papel quando adotaram EHRs. De acordo com ela, o uso de papel está claramente encerrado, mas acredita que as pessoas têm expectativas irreais de que o papel não mais existirá, então, acreditam ainda estar no mundo de papel, mas há, sem dúvidas, bem menos utilização.
Limitações dos sistemas EHR, maneiras ineficientes de usá-los e transmissões de dados não eletrônicos para fontes de fora, contabilizam com muito do uso de papel observado em consultórios médicos com registros eletrônicos. Por exemplo, Rosemarie notou que consultórios podem não ter interfaces com todos os grandes laboratórios, então, os resultados de exames são enviados por faxes e a equipe deve digitaliza-los para o EHR.
Se ninguém entrar esses resultados, mais documentos em papel serão gerados. Em uma clínica urológica, por exemplo, resultados de faxes são digitalizados dentro do módulo de gerenciamento de documentos do EHRs como PDFs. Um urologista que busca os últimos resultados do teste PSA de um paciente, precisa abrir cada documento no EHR e anotar os valores em um pedaço de papel.
Exames de imagem apresentam outro conjunto de problemas. Em algumas clínicas, em vez de ficar em dois monitores para comparar os eletrocardiogramas, o médico terá o antigo impresso para que possa comparar com o novo na tela de computador. Em uma clinica oncológica, Nelson viu um médico visualizando uma tomografia em um site enquanto lia o relatório de acompanhamento impresso em papel.
A boa notícia, segundo Rosemarie , é que ela raramente viu clínicas onde médicos usavam os registros eletrônicos e o prontuário em papel juntos. E ressalta que antes, costumava-se imprimir o resumo do paciente para o oncologista, agora isso não é mais utilizado. E sozinho, o médico solicita um exame dentro do EHR. Antigamente, ele pediria para outra pessoa fazer o pedido e mais tarde o aprovava.
Fonte SaudeWeb
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