Os equipamentos para medir pressão arterial digital e o nível de glicose no sangue são os mais conhecidos
O avanço da tecnologia móvel, com aplicativos para smartphones e tablets vem ajudando a indústria a lançar com preços acessíveis aparelhos portáteis utilizados no controle de doenças. As informações são do jornal Valor Econômico.
Segundo a diretora da TI Medicina e Medicina e membro da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde, Leandra Carneiro, os equipamentos para medir pressão arterial digital e o nível de glicose no sangue são os mais conhecidos, mas há novidades para diversas especialidades. De acordo com ela, a maioria é grátis e alguns custam até R$ 6,00, bem mais barato e, sem dúvida, mais portáteis que muitos gadgets, além do que podem ser baixados pelo próprio celular.
Existem aplicativos para medir a frequência cardíaca, testar a acuidade visual e daltonismo, ajudar no controle da gestação, além do controle glicêmico, como o Diário do Diabético (Android). A nova onda, no entanto, não afetou a demanda por aparelhos portáteis, que se mantém em alta. A oferta de produtos é variada: monitores de pressão arterial e glicemia, termômetros clínicos e balanças que medem gordura, líquido e massa muscular entre outros índices, para recomendar a quantidade de calorias a ser ingerida.
Especializada no comércio desses equipamentos, a Controller, de Santa Catarina, deverá faturar este ano 12% mais do que no ano passado, segundo o supervisor comercial, Ramon Bertotti. A empresa importa 70% dos produtos de seu portfólio, mas os custos e a regulamentação dos equipamentos nos órgãos governamentais ainda dificultam o processo de importação. Por isso, algumas novidades como os aparelhos de pressão conectados ao celular, chamados de telemedicina, que mantêm um canal de informação direto com o médico, ainda não estão disponíveis no país.
Os trâmites para a importação, em especial a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e as estratégias de marketing das companhias contribuem para adiar lançamentos no Brasil. O uso do smartphone como aplicativo médico já está sendo feito por algumas empresas, como a Sanofi, indústria farmacêutica especializada em soluções integradas aos pacientes com diabetes.
O glicosímetro, desenvolvido pela companhia e ainda não comercializado no país, é acoplado ao iPhone ou iPod e envia dados ao aplicativo permitindo que o paciente controle a dieta e as doses de insulina. A expectativa é que tecnologias como essas evoluam com dispositivos de automonitoramento passivo.
Landra diz que hoje, a maioria dos equipamentos requer a alimentação dos dados. Mas as empresas, segundo ela, começam a desenvolver produtos, como lentes de contato que medem o nível de glicose sanguínea, além de camisetas com biossensores incorporados a tecidos inteligentes capazes de analisar os fluidos corporais e colher dados como frequência cardíaca e temperatura, enviados por meio de internet sem fio.
Apesar das dificuldades para importar, o Brasil é um grande player internacional nessa área, avalia o Paulo Henrique Fracaro, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos e Hospitalares (Abimo). Ele diz que a produção nacional, segundo ele, é muito pequena e esbarra em especial na falta de componentes para os produtos que também são fabricados fora do país.
Algumas empresas já desenvolvem soluções para o mercado brasileiro. A Alert Brasil lançou o Alert Móbile, um prontuário eletrônico que pode ser acessado por médicos e pelo paciente. O aplicativo permite compartilhar e incluir informações sobre o paciente por meio de smartphones e tablets. A ferramenta beneficia, por exemplo, portadores de doenças crônicas, como diabetes.
Informações importantes para o tratamento, como taxa de glicose e peso podem ser incluídas diariamente. Além disso, o aplicativo conta com alertas para o caso de algum parâmetro ultrapassar os limites pré configurados ou ainda lembrar o paciente de tomar a medicação.
A expectativa do diretor geral da Alert Brasil, Luiz Brescia é vender a plataforma para operadoras de planos de saúde ou para governos e tornar o produto acessível à população de forma geral com o ganho de escala. Alguns cuidados, no entanto, devem ser observados na utilização dessas tecnologias, alerta Leandra Carneiro, da TI Medicina.
Embora na maioria dos gadgets seja possível transferir dados em site seguro e compartilhar as informações com o médico, há uma preocupação com a privacidade dos pacientes.
Fonte SaudeWeb
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