No Brasil, a indicação do uso de antirretrovirais vem se ampliando |
Para Ministério da Saúde, embora existam estudos sobre o uso de pílula para prevenção, não está claro como isso seria aplicado em saúde pública
A recomendação feita por uma comissão de especialistas para que o FDA, agência americana responsável por medicamentos, libere uma droga para prevenir a infecção pelo HIV não vai modificar, no momento, a estratégia brasileira para o combate à doença.
"Embora alguns estudos mostrem que o remédio exerce um papel protetor, não está claro, ainda, como isso poderia ser aplicado em uma ação de saúde pública", afirmou o assessor do Departamento de DST Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal.
A comissão indicou a liberação do remédio Truvada para parceiros de portadores do HIV, o que permitiria relações sexuais desprotegidas. A decisão foi tomada com base em testes que demonstram que pessoas que tomam a droga correm menor risco de contaminação. A recomendação será avaliada pelo FDA nos próximos meses.
O remédio, uma combinação de tenofovir e entricitabina, não está registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Brasil, a droga equivalente registrada é uma combinação de lenofovir e lavivudina.
Hallal conta que o uso de antirretrovirais para prevenção do contágio pelo HIV já vem sendo discutido pela equipe de especialistas que prepara o consenso brasileiro terapêutico da doença. O tema foi debatido recentemente e, para especialistas, ainda não há uma indicação definida para o uso do remédio como estratégia de saúde pública.
"Não se imagina, por exemplo, que ele seja usado de forma permanente. Suspendendo o uso do remédio, o risco novamente retornaria", conta Hallal.
Além disso, não há avaliação sobre o impacto do uso de antirretrovirais a longo prazo em populações adultas sem o HIV. "Há um farto material científico sobre os efeitos dos remédios em pacientes com aids. Mas não com população sem o vírus."
Indicação
No Brasil, a indicação do uso de antirretrovirais vem se ampliando. Em 2010, o consenso recomendou que, além de portadores do vírus, o remédio fosse indicado para pessoas que tivessem relações desprotegidas com parceiros com condição sorológica desconhecida. Além disso, para pacientes com HIV, o início do uso do remédio vem também sendo antecipado. Na última reunião do consenso, há quatro semanas, nova antecipação foi anunciada.
Fonte Estadão
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