Há cada vez mais utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a recorrer aos serviços sociais dos hospitais para pedir ajuda económica. Em muitos casos, os doentes não têm sequer dinheiro para pagar o transporte de regresso a casa, após uma ida às Urgências.
O maior Hospital do País, o Santa Maria, em Lisboa, abriu no ano passado 13 430 novos processos de apoio aos doentes. Porém, esse número pode ser ultrapassado este ano, uma vez que, segundo apurou o CM junto de várias fontes, "nunca houve tantos pedidos como agora".
Em Cascais, também há situações dramáticas. Jorge Varandas, director clínico do Hospital de Cascais, exemplifica: alguns utentes chegam a pedir--lhe dinheiro para o transporte de regresso a casa, porque não têm meios para o fazer.
Administradores hospitalares contactados pelo CM afirmam que o problema tem vindo a crescer, e é uma situação que se estende de norte a sul do País. Os hospitais recorrem a um fundo de maneio para o pagamento de pequenas despesas, como "táxi ou outro meio de transporte, quando o doente não tem dinheiro".
Os bombeiros são também confrontados com pedidos de transporte pelos utentes. O comandante dos bombeiros de Almada, Vítor Espírito Santo, afirmou ao CM que, nesse caso, os hospitais apresentam uma requisição aos bombeiros para efectuarem o transporte, que é pago pela unidade de Saúde.
Adiamentos de alta socialO abandono de idosos é outro problema social com que as unidades de saúde se confrontam regularmente. Em alguns casos, os hospitais estão impedidos de dar alta clínica ao doente idoso, porque não há condições para a alta social e, nesse caso, o paciente continua a ocupar uma cama hospitalar até que a assistência social consiga uma solução.
Fonte Correio da Manhã
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