Definição
O diabetes é uma doença crônica (dura a vida toda) marcada pelos altos níveis de glicose no sangue.
Foto: ADAM
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que é necessário para as células poderem usar o açúcar no sangue
Causas, incidência e fatores de risco
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas para controlar a glicose sanguínea. O diabetes também pode ser ocasionado por carência de insulina, pela resistência a esse hormônio ou pelas duas razões.
Para compreender o diabetes, é importante primeiro entender o processo normal pelo qual a comida é quebrada e usada pelo corpo como energia.
Diversos processos acontecem quando o alimento é digerido:
- Um açúcar chamado glicose entra na circulação sanguínea. A glicose é uma fonte de combustível para o corpo
- Um órgão chamado pâncreas produz a insulina. O papel da insulina é levar a glicose da corrente sanguínea até as células dos músculos, de gordura e do fígado, onde esse açúcar é usado como combustível
As pessoas com diabetes possuem muito açúcar no sangue. Isto se deve ao fato de que:
- O pâncreas não produz insulina suficiente
- As células dos músculos, de gordura e do fígado não respondem à insulina apropriadamente
Existem três tipos principais de diabetes:
- O diabetes tipo 1 costuma ser diagnosticado na infância. Muitos pacientes são diagnosticados acima dos 20 anos. Por causa dessa doença, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina. São necessárias injeções diárias de insulina. A causa exata é desconhecida. A genética, os vírus e os problemas autoimunológicos podem ter uma participação
- O diabetes tipo 2 é de longe o tipo mais comum. Ele compreende a maioria dos casos de diabetes. Ele ocorre geralmente em adultos, mas cada vez mais os jovens vêm sendo diagnosticados com essa doença. O pâncreas não produz insulina suficiente para manter normais os níveis de glicose no sangue, geralmente porque o corpo não responde bem à insulina. Muitas pessoas não sabem que têm diabetes tipo 2, mesmo sendo uma doença grave. O diabetes tipo 2 está se tornando mais comum por causa do aumento de casos de obesidade e da ausência da prática de exercícios físicos
- Diabetes gestacional é a alta quantidade de glicose sanguínea que ocorre a qualquer momento durante a gestação em mulheres não diabéticas. Mulheres com diabetes gestacional têm alto risco de desenvolverem diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares futuramente
O diabetes afeta mais de 20 milhões de norte-americanos. Mais de 40 milhões de norte-americanos têm pré-diabetes (diabetes tipo 2 precoce).
Existem muitos fatores de risco para o diabetes tipo 2, inclusive:
- Idade acima dos 45 anos
- Pai, mãe, irmãos com diabetes
- Diabetes gestacional ou dar à luz a um bebê que pesa mais do que 4kg
- Obesidade
- Não praticar exercícios físicos suficiente
- Síndrome do ovário policístico (em mulheres)
- Tolerância diminuída à glicose
- Alguns grupos étnicos (principalmente afro-americanos, norte-americanos nativos, asiáticos, os que nasceram nas ilhas do pacífico e hispano-americanos)
Sintomas
Os níveis elevados de glicose no sangue podem causar diversos problemas, inclusive:
- Visão borrada
- Sede excessiva
- Fadiga
- Micção frequente
- Fome
- Perda de peso
Entretanto, devido ao fato de o diabetes tipo 2 se desenvolver lentamente, algumas pessoas com alto nível de glicose no sangue não sentem nenhum dos sintomas.
Sintomas do diabetes tipo 1:
- Fadiga
- Aumento da sede
- Aumento da micção
- Náusea
- Vômito
- Perda de peso, apesar do aumento de apetite
Pacientes com o diabetes tipo 1 costumam desenvolver os sintomas em um curto período. Esta doença é muitas vezes diagnosticada em uma situação de emergência.
Sintomas do diabetes tipo 2:
- Visão borrada
- Fadiga
- Aumento do apetite
- Aumento da sede
- Aumento da micção
Exames e testes
Um exame de urina pode ser feito para identificar glicose e cetonas resultantes da quebra de gordura. Entretanto, somente um exame de urina não diagnostica o diabetes.
Os seguintes exames de sangue são usados para diagnosticar o diabetes:
- Nível de glicose no sangue em jejum – o diabetes é diagnosticado se o nível é maior que 126 mg/dL em duas ocasiões. Níveis entre 100 e 126 mg/dL são chamados de glicose em jejum alterada ou pré-diabetes. Esses níveis são vistos como fatores de risco para o diabetes de tipo 2 e suas complicações
- Teste de hemoglobina A1c – este teste tem sido usado para ajudar os pacientes a monitorar a qualidade do controle dos níveis de glicose no sangue. Em 2010, a Associação Americana de Diabetes recomendou que esse teste fosse utilizado como mais uma opção para diagnosticar o diabetes e identificar o pré-diabetes. Os níveis indicam:
- Normal: Menor que 5,7%
- Pré-diabetes: Entre 5,7% e 6,4%
- Diabetes: 6,5% ou mais
- Teste oral de tolerância à glicose – o diabetes é diagnosticado quando o nível de glicose é maior que 200 mg/dL após 2 horas. (Este teste é mais usado para diabetes tipo 2.)
- Nível aleatório de glicose sanguínea (sem jejum) – existe a suspeita de diabetes se o nível é maior que 200 mg/dL e se vir acompanhado pelos clássicos sintomas de aumento de sede, micção e fadiga. (Este teste deve ser confirmado com um exame de glicose sanguínea feito em jejum)
Pessoas com diabetes precisam verificar o nível de hemoglobina A1c (HbA1c) a cada 3 a 6 meses. A HbA1c é o resultado da média de glicose sanguínea nos 3 meses anteriores. É uma maneira muito eficaz de determinar o bom funcionamento do tratamento.
Verifique os níveis de colesterol e triglicerídeos anualmente (atenção para os níveis de LDL abaixo de 100 mg/dL).
Tratamento
Os objetivos imediatos são tratar a cetoacidose diabética e os altos níveis de glicose sanguínea. Como o diabetes tipo 1 começa subitamente e tem sintomas graves, as pessoas que acabaram de ser diagnosticadas podem precisar ir ao hospital.
Os objetivos do tratamento a longo prazo são:
- Prolongar a vida
- Reduzir os sintomas
- Impedir as complicações relacionadas com as doenças, tais como cegueira, doença cardíaca, insuficiência hepática e amputação de membros
Essas metas são obtidas por meio de:
- Controle da pressão arterial e do colesterol
- Autotestes cuidadosos dos níveis de glicemia
- Medidas educativas
- Prática de exercícios físicos
- Cuidados com os pés
- Planejamento das refeições e controle do peso
- Uso de medicamentos ou de insulina
Não há cura para o diabetes. O tratamento consiste em remédios, dieta e prática de exercícios físicos para controlar a glicemia e impedir os sintomas.
APRENDA ESTAS TÉCNICAS
A técnica de gerenciamento básico do diabetes ajuda a afastar a necessidade de cuidados de emergência.
Essas técnicas incluem:
- Como reconhecer e tratar os níveis baixo (hipoglicemia) e alto (hiperglicemia) de açúcar no sangue
- O que comer e quando
- Como ministrar insulina ou medicamento oral
- Como testar e registrar a glicose sanguínea
- Como testar a urina para buscar a presença de cetonas (somente para diabetes tipo 1)
- Como ajustar a insulina ou a ingestão de alimentos ao mudar os hábitos alimentares e a prática de exercícios
- Como lidar com os dias em que não se sentir bem
- Onde comprar produtos para diabéticos e como armazená-los
Depois que você aprender os passos básicos de cuidados com o diabetes, saiba como a doença pode causar problemas de saúde a longo prazo e quais são as melhores maneiras de impedir esses problemas. Revise e atualize o seu conhecimento, pois novas pesquisas e melhores métodos de tratar o diabetes estão constantemente sendo desenvolvidos.
AUTOTESTE
Se você é diabético, seu médico pode pedir que realize a verificação dos níveis de glicemia regularmente em casa. Existem vários aparelhos disponíveis, e eles usam apenas uma gota de sangue. A automonitoração indica se a dieta, a medicação e os exercícios físicos estão trabalhando juntos para controlar o diabetes. Ela ainda pode ajudar o médico a prevenir complicações.
A Associação Americana de Diabetes recomenda que se mantenham os níveis de açúcar no sangue em uma média baseada na sua idade. Converse sobre esses objetivos com seu médico.
Antes das refeições:
- 70 – 130 mg/dL para adultos
- 100 – 180 mg/dL para crianças menores de 6 anos
- 90 – 180 mg/dL para crianças entre 6 e 12 anos
- 90 – 130 mg/dL para pessoas entre 13 e 19 anos
Antes de dormir:
- 70 – 150 mg/dL para adultos
- 100 – 180 mg/dL para crianças menores de 6 anos
- 90 – 180 mg/dL para crianças entre 6 e 12 anos
- 90 – 130 mg/dL para pessoas entre 13 e 19 anos
O QUE COMER
Aprenda com seu médico sobre a quantidade de gordura, proteína e carboidratos necessária à sua dieta. Um nutricionista pode ajudar no planejamento das suas necessidades dietéticas. Diabéticos tipo 1 devem comer nos mesmos horários todos os dias e tentar ser consistentes com os tipos de alimentos selecionados. Isso ajuda a impedir que o nível glicêmico fique extremamente alto ou baixo.Diabéticos tipo 2 devem seguir uma dieta bem balanceada com pouca gordura.
COMO ADMINISTRAR A MEDICAÇÃO
A medicação para tratar o diabetes consiste em insulina e comprimidos que reduzem o nível de glicose no sangue, chamados de drogas hipoglicêmicas.
Diabéticos tipo 1 não conseguem produzir sua própria insulina. Por isso, eles precisam de injeções de insulina. A insulina não é apresentada em comprimidos. Geralmente, são necessárias de uma a quatro injeções por dia. Algumas pessoas usam uma bomba de insulina. Ela é usada o tempo todo e secreta um fluxo constante de insulina durante o dia. Outras pessoas podem usar insulina inalável. Consulte também: Diabetes tipo 1
Diferentemente do tipo 1, o diabetes tipo 2 responde a um tratamento com exercícios físicos, dieta e medicamentos orais. Existem diversos tipos de remédios usados para reduzir a glicose sanguínea no diabetes tipo 2.
Durante a gravidez e a amamentação, os medicamentos podem ser trocados pela insulina.
A diabetes gestacional pode ser tratada com exercícios físicos e mudanças na dieta.
EXERCÍCIOS FÍSICOS
A prática regular de exercícios físicos é muito importante para os diabéticos. Ela ajuda no controle da glicemia, do peso e da hipertensão. Diabéticos que praticam exercícios têm menor probabilidade de sofrerem um ataque cardíaco ou AVC, em comparação àqueles que não praticam exercícios regularmente.
Aqui vão algumas considerações sobre a prática de exercícios físicos:
- Sempre converse com seu médico antes de iniciar um novo programa de exercícios
- Informe-se com seu médico sobre os calçados adequados para usar
- Escolha uma atividade física agradável que seja apropriada para o seu nível atual de condicionamento físico
- Pratique exercícios diariamente e, se possível, no mesmo horário
- Monitore o nível de glicose antes e depois dos exercícios
- Carregue alimentos que contenham um carboidrato de rápida ação, caso você fique hipoglicêmico durante ou após os exercícios
- Leve consigo um cartão de identificação de diabético e um aparelho celular, para casos de emergência
- Beba líquidos extras que não contenham açúcar antes, durante e após os exercícios
Se alterar a intensidade ou duração dos exercícios, você muito provavelmente terá de mudar sua dieta ou a dose do seu medicamento para que os níveis de glicose no sangue não baixem ou aumentem muito.
Foto: ADAM
Pessoas com diabetes têm risco de lesão de vaso sanguíneo, que pode ser grave o suficiente para provocar danos aos tecidos nas pernas e pés
CUIDADOS COM OS PÉS
Diabéticos têm maiores probabilidades de sofrerem problemas nos pés. O diabetes pode lesar os vasos sanguíneos e os nervos e diminuir a capacidade do corpo de combater uma infecção.
Você pode não notar uma lesão no pé até que uma infecção apareça. Pode acontecer a morte da pele ou de outro tecido.
Se não for tratado, poderá ser necessário amputar o pé afetado. O diabetes é a doença que mais comumente leva a amputações.
Para prevenir lesões, verifique e cuide de seus pés todos os dias.
Evolução (prognóstico)
Com um bom controle da glicose e da pressão arterial, muitas das complicações do diabetes podem ser evitadas. Estudos mostram que o controle rígido dos níveis de glicemia, de colesterol e de pressão arterial nos diabéticos ajuda a minimizar o risco de doença hepática, ocular, do sistema nervoso, ataque cardíaco e AVC.
Complicações
As complicações de emergência incluem:
- Coma hiperglicêmico hiperosmolar
- Cetoacidose diabética
As complicações de longo prazo incluem:
- Nefropatia diabética
- Neuropatia diabética
- Retinopatia diabética
- Problemas de ereção
- Infeções da pele e do trato urinário
Ligando para o médico
Vá para o pronto-socorro ou ligue para o número de emergência local (como 192) se você tiver sintomas de cetoacidose:
- Dor abdominal
- Respiração profunda e acelerada
- Aumento na sede e na micção
- Perda da consciência
- Náusea
- Hálito adocicado
Vá para o pronto-socorro ou ligue para o número de emergência local (como 192) se você tiver sintomas de níveis de glicose sanguínea extremamente baixos (coma hipoglicêmico ou reação grave à insulina):
- Confusão
- Convulsões ou inconsciência
- Tontura
- Visão dupla
- Sonolência
- Dor de cabeça
- Falta de coordenação
- Fraqueza
Prevenção
Manter o peso ideal e um estilo de vida ativo pode evitar o diabetes tipo 2. Atualmente, não existe nenhuma maneira de prevenir o diabetes tipo 1.
Não existem exames de triagem eficazes para o diabetes do tipo 1 em pessoas que não apresentam os sintomas.
A realização de exames de triagem para o diabetes tipo 2 em pessoas que não apresentam os sintomas é recomendado para:
- Crianças acima do peso que apresentam outros fatores de risco para o diabetes (começando aos 10 anos de idade e repetindo a cada 2 anos)
- Adultos acima do peso (com índice de massa corporal acima de 25) que apresentam outros fatores de risco
- Adultos acima dos 45 anos (repetindo a cada 3 anos)
Para evitar as complicações do diabetes, consulte seu médico pelo menos 4 vezes ao ano. Fale sobre quaisquer problemas que você tiver.
Faça os seguintes exames regularmente:
- Verifique sua pressão arterial anualmente (a pressão arterial ideal deve estar entre 130/80 mm/Hg ou mais baixa)
- Verifique sua hemoglobina glicosilada (HbA1c) a cada 6 meses se a doença estiver sob controle; caso contrário, a cada 3 meses
- Verifique os níveis de colesterol e de triglicerídeos anualmente (observe níveis de LDL abaixo de 100 mg/dL ou menores que 70 mg/dL em pacientes de alto risco)
- Realize exames anuais para verificar o funcionamento dos rins (microalbuminúria e creatinina sérica)
- Visite o oftalmologista (preferencialmente um especializado em retinopatia diabética) pelo menos uma vez ao ano ou com maior frequência se você tiver sinais de retinopatia diabética
- Visite seu dentista a cada 6 meses para limpeza e exames detalhados nos dentes. Informe a seu dentista que você é diabético
- Peça que seu médico examine seus pés a cada consulta
Fonte iG
Nenhum comentário:
Postar um comentário