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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Rede favorece treino sexual do jovem, mas há perdas afetivas

Jovens de ontem fechavam seus diários com cadeado. Os de hoje expõem suas vidas íntimas em redes sociais.

Isso se torna problema quando ultrapassa os direitos de colegas e parceiros. Mas, a rigor, se uma menina publica uma foto sua de biquíni, está produzindo pornografia infantil, o que é crime no Brasil. Seria o caso de criminalizar a conduta?

Não, diz o psicólogo Rodrigo Nejm, da Safernet. "Os adolescentes têm cada vez mais liberdade, o que é bom, mas cada vez menos mediação no uso da internet e no amadurecimento da sua sexualidade."

Para Nejm, o primeiro equívoco é dos adultos, ao não diferenciarem sexo e sexualidade. "Dizem que não é assunto de criança e restringem o acesso à informação."

As crianças, segundo o psicólogo, precisam ser orientadas desde cedo sobre sexualidade, o que implica explicar uma série de curiosidades sobre prazer, corpo e sobre limites das brincadeiras com o corpo de outras crianças.

Na visão dele, pais e educadores têm dificuldade em lidar com a educação sexual de crianças e teens.
Por conta desse tabu, a internet acaba sendo o único lugar onde esses jovens podem se expressar e descobrem essas experiências.

O lado positivo é que a rede ajuda o adolescente a construir sua identidade, seus relacionamentos e sua sexualidade. "Funciona para treinar habilidades, como abordar assuntos íntimos que eles têm vergonha de tratar 'olho no olho'", diz Patti Valkenburg, do Centro de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Mídia da Universidade de Amsterdã.

Riscos
Mas há riscos, claro. "Criminosos se aproveitam dessa etapa vulnerável da descoberta da sexualidade e acolhem a angústia do adolescente, mas com intenções de abusar e explorar sexualmente", adverte Nejm.

Outro fenômeno que chama a atenção do psicólogo é o fato de jovens terminarem relacionamentos apenas mudando o status do Facebook. "Nem se dão ao trabalho de assumir o fim do namoro face a face e a responsabilidade pelo sofrimento do outro."

Nesse caso, diz Nemj, ao trocar o "gaguejar e ficar vermelho" por mediação tecnológica, o jovem perde uma experiência de afetividade fundamental para a formação da sua personalidade.

Editoria de Arte/Folhapress


Fonte Folhaonline

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