Beber com leite, prática que muita gente usa, pode inibir efeitos do medicamento
Quando a prescrição médica é à base de comprimidos, as dúvidas começam a surgir: será que posso tomar com leite? Posso diluir em água? Será que posso partir o comprimido ao meio? Antes de decidir por si próprio, a melhor alternativa ainda é a busca por um profissional (médico, enfermeiro ou farmacêutico) para verificar a melhor forma de o medicamento ser ingerido sem prejuízos para o tratamento e para a saúde.
O clínico geral Flavio Tocci ressalta que o medicamento também deve respeitar o horário e a dosagem recomendadas na receita. "É preciso que a medicação seja ingerida em um mesmo período para que haja a absorção ideal pelo organismo ", completa o especialista. Alguns medicamentos também seguem a liberação sustentada, que são distribuídos no organismo ao longo do dia ou tem como objetivo uma área específica do corpo antes de dissolver. A seguir, o médico tira as dúvidas sobre a ingestão dos comprimidos.
É comum muita gente adotar o hábito de tomar o comprimido com leite na tentativa de proteger o estômago da agressão provocada pela química do remédio . A medida até é benéfica, mas para os casos em que a pessoa está em jejum. Só que mesmo assim, a prática deve ser feita somente sob orientação médica. "O leite pode cortar o efeito de alguns medicamentos, como é o caso de antibióticos, pois ele irá fazer com que o estômago libere o suco gástrico, que poderá anular a ação do medicamento", diz Flácio Tocci. "Já os anti-inflamatórios são aconselhados para serem tomados com leite, pois o estômago será preparado para receber o comprimido, evitando que dores apareçam. Mas, sempre que houver a possibilidade da ingestão do comprimido com leite, o médico deverá orientar o paciente", explica.
Outro procedimento muito comum para quem faz uso de comprimidos é quebrá-los ao meio. E aí os motivos vão desde adaptar uma dosagem superior a da receita; fazer o medicamento durar mais dias do que o previsto, para facilitar na hora de engolir ou até mesmo para atender a recomendação do próprio médico . Só que a medida pode comprometer o tratamento em razão da dosagem que não é respeitada.
Partir o comprimido pode alterar a dose por vários fatores. Quando é quebrado, normalmente há uma perda. Aquela parte que se esfarela dificilmente é recuperada e consumida. Outro ponto é que, muitas vezes, as substâncias da formulação do medicamento também estão concentradas em níveis diferentes nas duas metades do comprimido. Isso sem contar que é difícil alguém conseguir partir o comprimido exatamente ao meio. De acordo com Flávio Tocci, o ideal é sempre procurar a dosagem que foi prescrita pelo médico. "Quando há a necessidade de partir, existem os comprimidos sulcados (linha que facilita o corte) que possibilitam a quebra e a partição fica mais precisa", afirma o clínico geral. "Outra técnica é usar aparelhos específicos, como os trituradores e partidores de comprimidos à venda nas farmácias."
Há quem aposte em deixar o comprimido no copo com água para evitar ter que engoli-lo ou em vez disso partem para a mastigação. Porém, as práticas não são aconselhadas pelos médicos. Segundo o clínico geral, pode haver perda da medicação quando ela é diluída em água e a pessoa ainda corre o risco de ficar com gosto ruim na boca. "Quando o paciente começa um tratamento, é muito provável que ele desista no meio do caminho caso sinta o gosto ruim que o comprimido deixa quando ele é dissolvido", alerta Flávio Tocci.
E não é diferente quando a opção escolhida for a de mastigar o comprimido. O contato direto do medicamento com a língua pode acentuar o seu sabor e fazer o gosto impregnar na boca. Além disso, a prática pode dificultar a absorção global do medicamento pelo organismo já que boa parte dele fica retido na língua. "Alguns medicamentos, como a aspirina infantil, permitem que isso seja feito, mas nesses casos o médico vai orientar o paciente."
Fonte Minha Vida
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