Procedimento preserva nervos durante cirurgia. Após um ano de acompanhamento, 80% das pacientes apresentaram menor nível de dor
Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) chegou a uma nova técnica cirúrgica capaz de reduzir as sequelas do câncer de mama. Segundo a cirurgiã Mônica Duarte Pimentel, os resultados do experimento foram animadores. Os nervos isolados estudados na pesquisa são facilmente lesados em procedimentos cirúrgicos como esse - durante o procedimento, Mônica preservou dois nervos - intercostobraquial e terceiro nervo intercostal - " por causa da maneira como estão dispostos, há grande chance de serem prejudicados se não houver a intenção de poupá-los" , diz.
Após um ano de acompanhamento, 80% das pacientes operadas desse modo apresentaram menor nível de dor. Além disso, a sensibilidade do braço foi preservada em 64% dos casos. " Após a cirurgia com as modificações propostas, as pacientes tiveram melhora considerável" , afirma a médica.
Ela explica que por muito tempo pensou-se que esses nervos dificultavam a operação de esvaziamento, atrapalhando o controle do câncer, por isso eram retirados. A pesquisa mostrou o contrário. " Preservar tais estruturas não atrapalha o controle do câncer. E as sequelas para a paciente justificam a busca de uma alternativa" , explica a pesquisadora.
Duração
Apesar de necessitar de mais cuidado durante a cirurgia, a mudança de procedimento não exige grande aumento no tempo da paciente no bloco cirúrgico. " Em geral, são acrescentados apenas mais 10 ou 15 minutos" , afirma Mônica. No entanto, não são todos os casos em que é possível realizar essa cirurgia. " Algumas situações, como um grande número de linfonodos comprometidos na axila, ou nódulos muito aumentados, que envolvam o nervo, impedem que este seja preservado. Mas na grande maioria das pacientes isto é possível" , esclarece a cirurgiã.
Mônica também comparou os benefícios de preservar ambos os nervos ou apenas o intercostobraquial. Apesar de apresentar desempenho superior quando os dois são poupados, a diferença não é suficientemente significativa para justificar a preservação do segundo nervo. A autora da tese, no entanto, ressalta a importância de mais estudos na área. "É necessário estudar mais o assunto, com número maior de pacientes, para verificarmos essas conclusões" .
Fonte isaude.net
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