Durante a 10° edição do Saúde Business Forum, ex- ministro da Previdência José Cechin aborda as alternativas para sustentabilidade no setor
Diante da realidade do crescimento da população idosa nos próximos anos e o setor de saúde aquecido em razão do momento econômico brasileiro, a reflexão sobre a sustentabilidade da Saúde é inevitável, pois, se hoje, já se enfrenta grandes obstáculos como financiamento, falta de recursos e o acesso à saúde, como lidar com os desafios do futuro?
“O gasto em 2040 será 43% mais alto que em 2010, por conta do efeito em envelhecimento”, afirmou o ex-ministro da Previdência e diretor–executivo da Fenasaúde, José Cechin, durante a 10° edição Saúde Business Forum, na Praia do Forte (BA). O executivo conduziu o Intercâmbio de Ideias sobre financiamento da saúde nesta quinta-feira (20).
Para ele, o desafio está em promover a consciência do uso responsável e adequado dos recursos, estimular a adoção de hábitos saudáveis e desenvolver novos mecanismos de financiamento. Uma dessas alternativas, defendida por ele é o VGBL Saúde, modelo que une previdência privada e plano de saúde com o intuito de criar reserva de dinheiro para ser utilizada após os 60 anos.
A proposta do Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) na saúde ajudaria a equacionar o problema dos altos gastos com saúde. Por exemplo, um jovem no mercado de trabalho, paga R$ 100 por mês em um plano de saúde, muito menos do que um idoso paga por um plano de saúde. Se além do convênio médico, ele destinasse determinada quantia para uma previdência privada vinculada a um plano de saúde, teria uma reserva futura, para usar como recurso complementar para financiar seus gastos com saúde, justamente quando esses valores aumentam, o que ocorre com a população idosa.
Sustentabilidade e consolidação
Cechin também apresentou um cenário da saúde suplementar. Apesar da revisão de crescimento econômico no Brasil em 2012, o segmento não tem sofrido com a queda de beneficiários. Isso se deve ao setor de Serviços e as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), que tem contratado profissionais e, assim, introduzido novos beneficiários ao mercado. Outro fator que impulsiona a entrada de usuários é a queda na taxa de desemprego e o aumento da renda do brasileiro.
“Há o desejo de ter plano de saúde e o crescimento do emprego formal. A taxa de desemprego é a mais baixa dos últimos 10 anos. Estamos quase no pleno emprego e isso leva a sensação de segurança às pessoas”, afirmou. Esse novo usuário está fora, segundo ele, é da região sudeste, vem do setor de comércio e serviços, sobretudo de PMEs, e há uma crescente participação feminina.
Em 2011, a receita das operadoras alcançou R$86 bilhões e 65 milhões de usuário, sendo 17 milhões apenas da áreas odontológica. Atualmente são 1371 operadoras com beneficiários, o número tem encolhido devido à consolidação do setor. Segundo Cechin, ao contrário do que se diz, não há uma concentração do mercado e uma ameaça à concorrência no nicho de operadoras. O que pode ocorrer é algum tipo de centralização em algumas cidades do País.
“Não dá para dizer que o setor de suplementar brasileiro está se concentrando, ele está se consolidando. Os Estados Unidos têm metade da quantidade de operadoras e 5 vezes mais beneficiários”, disse.
Fonte SaudeWeb
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