Remuneração por performance para médicos prestadores e variável para celetistas, além da garantia de transparência e participação em decisões estratégicas, são estratégias de parceria entre entidade e profissional
Indiscutivelmente a gestão da saúde está em pleno amadurecimento e os médicos são participantes fundamentais desta tendência, afinal, eles são os maiores responsáveis pela entrada de pacientes na unidade hospitalar. As instituições, cada vez mais, clamam pelo engajamento desse profissional em prol da melhor produtividade e efetividade da assistência. Entretanto, a formação médica ainda é estritamente técnica e científica e, diante disso, os hospitais têm um enorme desafio: como engajá-los em processos de qualidade e controle de custos?
Este foi um dos temas discutidos durante o Intercâmbio de Ideias, na 10° edição do Saúde Business Forum. Para fomentar a discussão entre líderes do setor, o superintendente operacional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Paulo Bastian, apresentou como a entidade, considerada de excelência pelo Ministério da Saúde, fez para implementar programas de parceria com seu corpo clínico de 5.200 médicos, incluindo mais de 100 contratados e o restante de prestadores.
Diálogo, transparência e participação em decisões relativas a serviços assistenciais foram pilares importantes para o engajamento dos profissionais, estratégia colocada em prática no Hospital desde 2008. “No primeiro momento o médico vê como interferência em sua atuação, mas é preciso insistir, dialogar e provar a total transparência. No Oswaldo Cruz, o médico tem acesso integral em relação aos preços dos serviços por exemplo”, explica Bastian.
A remuneração variável para os celetistas e o pagamento por performance para os prestadores foram meios de melhor remunerá-los e incentivá-los a serem parceiros da instituição, que possui atualmente 255 leitos e prevê expansão em mais de 90 leitos até o início do ano que vem.
Aproximadamente 20% da receita do hospital, o equivalente a R$ 90 milhões, previstos para 2012, são provenientes dos serviços anualmente remunerados por performance. Para isso, os médicos devem cumprir adequadamente os protocolos, os registros nos prontuários e metas de qualidade. E os médicos apenas compartilham os resultados positivos.
Os médicos que possuem relação empregatícia com o Oswaldo Cruz também devem cumprir uma série de metas, estabelecidas em comum acordo, para receberem a remuneração variável anual. Entre elas : índice de satisfação dos clientes; resultado operacional; geração de caixa; e certificação dos programas de qualidade, entre outras setoriais.
Além da avaliação por performance, outros aspectos são importantes para que o profissional reconheça as vantagens de ser um parceiro: comparação de desempenho de indivíduos e equipes; valorização de contribuições; critérios bem definidos de remuneração mediante participação em resultados; identificação de lideranças chaves; e possibilitar capacitação e desenvolvimento profissional (educação e pesquisa).
De acordo com Bastian, os médicos ajudam a controlar os lançamentos, evitando erros nos lançamentos das contas hospitalares. Desde a implementação do programa, o prazo de recebimento das faturas médicas no Oswaldo Cruz reduziu de 121 dias para 85 e as glosas, que eram de 6%, atingiram uma média de 0.37%. “Nos últimos três anos e meio a receita dos serviços onde os médicos recebem por performance cresceu significativamente, ficando cima da inflação e a satisfação do cliente está em 95%”, ressalta.
*Informações atualizadas às 21h27, do dia 20 de setembro
Fonte SaudeWeb
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