Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo revelou que 27% dos surtos de intoxicação estão relacionados ao consumo de alimentos preparados em casa e 24% referem-se a casos após ingestão de alimentos na rua.
Nas férias, muitos pais viajam com os pequenos e ficam na dúvida sobre o que oferecer às crianças, já que o cardápio costuma sair do convencional. Para evitar surpresas desagradáveis, como as intoxicações alimentares, são necessários cuidados especiais.
“Nesta época do ano, principalmente, é importante que os pais selecionem os alimentos que serão dados para as crianças e não se deixem levar por impulso”, ressalta a pediatra Fátima Fernandes, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2005, mais de 5 mil crianças de até 14 anos foram hospitalizadas com intoxicação no período de férias. “Esses números, porém, costumam ser mais altos, já que nem sempre as vítimas de intoxicação recorrem aos hospitais”, acrescenta a pediatra.
Em decorrência de manipulação, armazenamento inadequado ou com prazos de validade vencidos, os alimentos ou água contaminados por microorganismos são muitas vezes subestimados. “O problema pode começar com náusea, diarreia, vômitos, febre e mal-estar, mas muitos casos podem se complicar e ter consequências mais sérias”, alerta a médica.
Existem bactérias e toxinas mais agressivas que podem até comprometer o sistema nervoso, causando paralisias e até mesmo a morte.
“A contaminação certamente ocorreu por que a carne não estava suficientemente cozida. O calor teria matado esse tipo de bactéria. O ideal é evitar o consumo nessas condições. Isso porque a maioria das bactérias é eliminada em temperaturas acima de 75º C”, esclarece.
Assim como a maionese, tentação que deve ser mantida em refrigeração permanente, os produtos de origem animal também representam perigo. O ideal, de acordo com a especialista, é evitar as carnes mal-passadas.
Já, em relação aos peixes e frutos do mar, todo cuidado é pouco. “Na praia ou clubes, é comum encontrarmos uma variedade de opções. O problema é que nem sempre os alimentos são conservados em temperaturas adequadas e não sabemos a origem nem as condições de higiene e preparo dos mesmos”, destaca a especialista.
Além das carnes em geral (frango, suína, bovina, peixes e frutos do mar), os pais devem dar atenção especial para água, ovos, sanduíches naturais, salgadinhos fritos, espetinhos, saladas com vegetais crus, sorvetes de origem desconhecida, entre outras guloseimas.
Como os microorganismos não escolhem o local do ataque, em casa também são necessários cuidados na cozinha. Certos alimentos que ficam fora da geladeira no inverno, devem ser refrigerados durante o verão, pois a temperatura elevada gera um ambiente propício para o desenvolvimento de bactérias. É aconselhável deixar a comida pronta na geladeira.
Em geral, o quadro de intoxicação alimentar dura de poucas horas a alguns dias. Neste período, é interessante que a criança beba água à vontade para se evitar a desidratação e tenha uma alimentação restrita. O recomendado é optar por refeições mais leves, como purê de batata, arroz, legumes cozidos, sopas livre de gordura, entre outros alimentos. Caso o quadro apresente sintomas mais intensos e persista por mais de três dias, deve-se procurar ajuda médica.
Fonte O que eu tenho
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