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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Especialista alerta que consumo excessivo de bebidas alcoólicas também prejudica sistema nervoso

O álcool age negativamente no sistema nervoso por diversas vias
Confira entrevista com neurologista sobre as consequências do abuso de bebidas alcoólicas
 
Lapsos de memória, desequilíbrio, falta de coordenação motora; todos são efeitos colatareis provocados pelo álcool, mas recuperáveis em curto prazo de tempo. Mas o abuso no consumo de bebidas alcóolicas pode gerar sequelas irreversíveis ao sistema nervoso. É o que explica o neurologista Leandro Teles em entrevista. Confira:
 
Todo mundo sabe que o álcool prejudica o fígado, mas... e o cérebro?
Leandro Teles - Sem dúvida nenhuma o álcool em excesso, seja em quantidade, seja na frequência do uso, gera uma série de alterações agudas e crônicas no sistema nervoso como um todo. O cérebro sofre e os nervos periféricos, também. O álcool traz comprometimento agudo e imediato da função de algumas regiões e, com o passar dos anos, gera alterações estruturais irreversíveis podendo levar a demência, neuropatia periférica, entre outros problemas.
 
Por que quando bebemos ficamos confusos e sem coordenação motora?
LT - Após ingerir o álcool esse se difunde rapidamente para o sangue e é distribuído por todo o corpo. O cérebro recebe cerca de 20 % do sangue que sai do coração. O impacto é imediato, o sistema atencional localizado nos lobos frontais é o primeiro a sofrer, ficamos desatentos, eufóricos, com respostas motoras mais lentas e desajeitadas. A segunda região cerebral a acusar o golpe é o cerebelo, ficamos sem coordenação, cambaleantes e com a fala mole. Por fim surge a sonolência que se aprofunda progressivamente. Já não fixamos nada na memória e se não houver muito cuidado a pessoa pode entrar em coma alcoólico com risco de vida.
 
Como o álcool destrói os neurônios e suas conexões?
LT - O álcool age negativamente no sistema nervoso por diversas vias. Primeiro, há uma toxicidade direta do álcool ao corpo do neurônio e ao seu prolongamento (axônio). O álcool em excesso destrói diretamente células, conexões e redes inteiras. O cérebro que quem bebe demais envelhece precocemente e pode ficar atrofiado. Além do efeito direto, que bebe está mais sujeito a traumas na região da cabeça e a carência de algumas vitaminas fundamentais para o bom funcionamento do cérebro como a vitamina B1 (tiamina), vitamina B3 (niacina), B6 (piridoxina) e principalmente a vitamina B12 (cianocobalamina).
 
Quem bebe com frequência e se abstém pode ter problemas neurológicos?
LT - O álcool vicia psíquica e fisicamente. Isso significa dizer que a pessoa necessita cada vez mais da substância para ter tranquilidade e sentir-se próximo do seu normal. Quando um viciado fica sem sua droga surgem sempre sintomas de abstinência: irritabilidade, taquicardia, pressão alta, excitação psíquica, confusão mental e até alucinações. Neste momento é fundamental a intervenção médica para preservar a saúde do paciente e ajudá-la na transição para a cessação do etilismo.
 
Afinal, um pouco de vinho tinto faz bem ou mal ao cérebro?
LT - Consumo regular de baixas doses de vinhos esteve relacionado a uma melhora do perfil cardiovascular. O cérebro fica sim mais protegido quando os vasos que o nutrem ficam mais saudáveis. A substância do vinho tinto responsável pelo efeito benéfico é o resveratrol, presente principalmente na casca das uvas tintas. Agora, não podemos esquecer que tem o álcool envolvido na formulação do vinho. Algumas pessoas tem tendência ao abuso, outras doenças clínicas ou mesmo uso de medicamentos que não combinam com a ingestão de álcool. Essas últimas devem sim evitar essa substância. Portanto, a questão do custo versus benefício no uso regular de vinho deve ser avaliada caso a caso.
 
Fonte Zero Hora

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