A nicotina atravessa a placenta da mãe fumante e circula no feto em níveis 15% maiores do que o sangue materno |
O consumo de tabaco durante a gestação é uma das principais causas passíveis
de prevenção de complicações na gravidez, tanto para a mãe quanto para o feto.
Este é um problema de saúde pública, já que o fumo é uma das drogas mais
frequentes usadas por gestantes e a associação entre o hábito e complicações na
gravidez e formação fetal está documentada na literatura médica há mais de 50
anos. De acordo com a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do
Sul (Sogirgs), pelo menos 15% das mulheres insistem no uso da droga enquanto
grávidas.
— O motivo para esta insistência é, principalmente, a falta de informação
sobre os malefícios do cigarro durante a gestação. Resumidamente, a droga
restringe o crescimento fetal e aumenta o risco de algumas intercorrências
graves, como o descolamento de placenta, por exemplo — alerta a ginecologista e
obstetra Janete Vetorazzi.
A nicotina atravessa a placenta da mãe fumante e circula no feto em níveis
15% maiores do que o sangue materno. O cigarro possui 4 mil componentes
químicos, cuja repercussão na gravidez não é conhecida. Substâncias como o
monóxido de carbono e a cianida, respectivamente, reduzem o aporte de oxigênio
para o bebê em formação e a concentração de vitamina B12, fundamental para o
crescimento saudável.
Além de abortos espontâneos e concepção de natimortos, o peso baixo e a
prematuridade são desfechos cotidianos entre as gestações de mães fumantes. De
acordo com o número de cigarros consumidos por dia, o feto corre riscos de
sofrer redução da circunferência craniana, má-formações craniofaciais, síndrome
da morte súbita infantil, asma brônquica, infecções respiratórias repetidas,
distúrbios do comportamento, atraso no desenvolvimento neurológico, transtorno
do déficit de atenção, hiperatividade e cardiopatias.
Fonte Zero Hora
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