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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Salas de cinema do Paraná poderão ter limite máximo de volume sonoro

Projeto de lei pretende minimizar a poluição sonora e preservar a saúde auditiva
 
No final do ano passado, a Assembléia Legislativa do Paraná aprovou, em primeiro turno, um projeto de lei que fixa o volume máximo de som nas salas de cinema em 92 decibéis. O projeto tem como finalidade reduzir a poluição sonora nas salas de cinema de todo o Paraná.

— É uma iniciativa que merece destaque, pois a sociedade precisa dar atenção à saúde dos ouvidos. Nossos jovens estão tendo problemas auditivos cada vez mais cedo devido à exposição sonora intensa — afirma a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.

O projeto prevê que os estabelecimentos que não cumprirem a determinação serão punidos com multas. O documento também estabelece que os responsáveis pelas salas de cinema deverão informar ao público o limite de áudio permitido, por meio de som e imagem, determinação que ainda será discutida novamente.

— Existe um limite no nível de som para os ouvidos. Além disso, conforme a intensidade sonora, o período de tempo de exposição deve ser limitado para não causar danos à audição — destaca a médica especialista em Otoneurologia.

Entenda como é feita a medição dos sons
Os sons são medidos na escala de decibel (dB), uma escala logarítmica que começa em zero, limite mais baixo de audibilidade. Isto significa que um som de 0 dB está em no nível sonoro mínimo – 3.000 hertz – para que um som possa ser ouvido.

O hertz é a unidade de medida da frequência. Sons de 0 a 20 hertz são infrassons e superiores a 20.000 hertz são denominados ultrassons, frequências que não são captadas pelo ouvido humano.

— A maior quantidade de som que pode ser ouvida é um trilhão de vezes mais potente do que a menor quantidade e se encontra no limiar da dor — esclarece Rita.

Para se ter ideia, o mais próximo do silencio total é 0 dB. Um sussurro tem 15 dB, enquanto uma conversa entre duas pessoas chega a 60 dB. Um aspirador de pó tem 90 dB, já o som de uma turbina de um avião, de um motor a jato, de um trio elétrico, de um rojão ou de um tiro ultrapassam os 100 dBs.

— Os sons acima de 85 dB podem causar perda de audição de acordo com a potência e o tempo de exposição. Um ouvido exposto por alguns segundos a um ruído de 140 dB pode sofrer danos irreversíveis, com destruição das células auditivas e sensação dolorosa — alerta.

O Ministério da Saúde recomenda que os indivíduos não fiquem expostos por mais de oito horas diárias a sons de 85 dB. Quanto maior for a intensidade do som, menor deve ser o tempo de exposição. Para não prejudicar a audição, a exposição a um ruído de 90 dB deverá ser de, no máximo, quatro horas.

— A recuperação dos ouvidos demanda um tempo de silêncio. Após oito horas exposto a sons de 85 dB, os ouvidos precisam descansar pelo menos 14 horas. Esse período é essencial para que as vias auditivas possam se recuperar — ressalta a especialista.

Rita observa ainda que a prevenção é a melhor forma de adiar a perda auditiva. O envelhecimento é a causa mais comum do problema, porém é um fator natural e progressivo do organismo. No caso da poluição sonora, existem formas de minimizar seu impacto nos ouvidos.

— Uma vez lesionadas, as células auditivas não se recuperam mais e quando morrem, não há reposição. Por isso é tão importante cuidar da saúde auditiva desde os primeiros anos de vida e consultar um especialista assim que surgirem sinais de redução do limiar auditivo, como dificuldade de entender a fala e zumbido — acrescenta.

A médica dá algumas dicas para preservar a audição:

- Evitar o uso de fones de ouvido e jamais utilizá-los no volume máximo.
 
- Não introduzir objetos no canal auditivo, nem mesmo as hastes flexíveis de algodão.
 
-  Usar protetor auricular em ambientes com sons intensos, especialmente nos locais de trabalho.

- Dar repouso aos ouvidos após a exposição a ruídos intensos.

Fonte Diário Catarinense

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