Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mistério envolve nascimento de bebê em Mauá

Divulgação
Layane, que na foto estaria no sétimo mês de gravidez
Mulher acusa Santa Casa de Mauá, na Grande São Paulo, de desaparecer com recém-nascida. Hospital afirma que gravidez de Layane Cardoso foi psicológica
 
A ajudante de cozinha Layane Cardoso Santos, de 19 anos, tomou um susto ao acordar da cesariana a que foi submetida no dia 26 de dezembro do ano passado na Santa Casa de Mauá, na Grande São Paulo: cercada pela família, ela recebeu a notícia do próprio marido, o serralheiro Lourival Alves Júnior, de 28 anos, de que sua gravidez tinha sido psicológica.
 
Segurando os exames que comprovariam sua gravidez, o casal acusa a Santa Casa de desaparecer com a criança, uma menina que receberia o nome de Sofia.
 
Layane procurou o hospital depois de sentir fortes dores abdominais e apresentar sangramento. Ela chegou no início da tarde, fez o cardiotoco (um exame que mede a frequência cardíaca do bebê) e teria sido orientada a voltar mais tarde porque ainda não havia dilatação.
 
O casal retornou às 18h acompanhado da família. Antes de subir para o quarto, Layane avisou a equipe médica que o pai da criança gostaria de acompanhar o parto, mas ele não foi chamado. Ele conta que só foi recebido na sala de cirurgia depois do procedimento: “O médico mostrou o útero vazio e disse que não havia bebê. Que a gravidez foi psicológica”.
 
Layane afirmou que não ouviu o choro do bebê porque, logo depois da anestesia, ela perdeu os sentidos e só acordou no quarto com a notícia do marido. “Quando ele me contou, entrei em desespero. Comecei a chorar, perguntei do médico, eu queria falar com ele porque tinha entrado para ganhar bebê e estava saindo sem ele“.
 
Gravidez psicológica
Segundo a obstetra da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Sylvia da Cunha Cavalcanti, uma gravidez psicológica ocorre quando a paciente “tem muita vontade de ter um filho”. “Isso pode provocar a interrupção da menstruação em razão da mudança hormonal. Ela vai sentir enjoo, vômito, sonolência, apetite exagerado. Toda a fantasia que ela já leu sobre a gravidez”, diz.
 
A especialista diz, no entanto, que ao receber a notícia de que pode estar psicologicamente grávida, a paciente “desaparece” e se recusa a fazer os exames necessários porque “inconscientemente sabe que não está grávida”.
 
De acordo com o chefe de obstetrícia do hospital Ipiranga, em São Paulo, Armindo Hueb, basta um ultrassom a partir da sexta semana de gravidez para comprovar uma gestação. “Com cinco semanas vemos um saco gestacional. A partir da sexta semana, já é possível ver o feto e ter 100% de certeza quanto à gravidez.”
 
Tivemos acesso aos originais do cartão de pré-natal e a dois ultrassons feitos já no final da gestação de Layane. O ultrassom do dia 17 de dezembro, nove dias antes do parto, mostra que, na 37ª semana de gravidez, o bebê estava pesando 3,4 quilos e medindo 42 centímetros. No cartão do pré-natal, leem-se os batimentos da criança (140 batimentos por minuto).
 
No documento, também constam nove consultas: a primeira ocorreu no dia 20 de junho e a última no dia do parto, dia 26 de dezembro. Embora esteja proibido pela UBS de falar com o iG, o médico responsável pelo pré-natal, Uesley Lima, teria garantido para Layane que será sua testemunha em um possível processo judicial.
 
Ao iG, a Santa Casa enviou nota afirmando que Layane chegou ao hospital “com quadro de sangramento vaginal e dor abdominal, necessitando de atendimento de urgência. O médico obstetra, constatando o fato, diagnosticou como quadro de abdome agudo com provável hipótese de descolamento prematuro de placenta. Devido à gravidade da situação, a paciente foi encaminhada imediatamente ao centro cirúrgico para laparotomia exploradora onde não se identificou sinais de gravidez”.
 
O texto diz ainda que “para cabal constatação foram realizados exames complementares como ultrassom, betaHCG e radiografia abdominal com todos os resultados comprovando a inexistência de gravidez” e que “a Santa Casa de Mauá [...] se reserva o direito de somente apresentar tais exames e seus resultados no momento oportuno”.
 
A advogada do casal, Leila Salomão, pretende protocolar na Vara Criminal de Mauá um pedido de busca e apreensão desses documentos. “Essa demora pode comprometer as provas. Até agora, a Layane não foi examinada pelo Instituto Médico Legal (IML) porque eles pedem esses documentos, e o corpo sofre modificação com o passar do tempo”.
 
Gravidez
Quando soube da gravidez, o casal alugou uma casa maior e diz ter gasto R$ 5.800,00 para decorar o quarto e comprar os móveis e roupas da Sofia. Layane diz que perdeu as esperanças de encontrar a filha, mas insiste em saber o que foi que aconteceu:
 
“Eu jamais penso que uma criança de quatro quilos se perdeu em sangue. Eu acho que eles sumiram ou o bebê morreu na hora do parto e eles não quiserem falar para a gente o que aconteceu. Sumir de uma hora para outra? Não pode sumir.”
 
Fonte iG

Nenhum comentário:

Postar um comentário