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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Idosos de baixa renda são os que mais sofrem de dores crônicas

A dor intensa há mais de seis meses em idosos é mais comum entre mulheres
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
A dor intensa há mais de seis meses em idosos é mais
comum entre mulheres
A maioria dos casos ocorre em mulheres e os afetados têm maior dependência nas atividades da vida diária e menos mobilidade
 
Estudo revela que a renda do idoso relaciona-se com as dores que ele sente. Quase 43% dos pesquisados que apresentavam dor intensa há mais de 6 meses recebiam até 1 salário mínimo mensal. Entre os entrevistados que recebiam mais de três salários mínimos, a dor intensa ocorreu em apenas 17%. A pesquisa aponta que aproximadamente 30% das pessoas com mais de 60 anos sente pelo menos uma dor contínua há mais de seis meses.

A maioria dos casos (66,5%) ocorre em mulheres e os afetados têm maior dependência nas atividades da vida diária e menos mobilidade.Isso mostra que há impacto financeiro na vida dos idosos com dor, já que, além da procura por serviços de saúde, recorrem mais à ajuda dos familiares.

Segundo a enfermeira Mara Solange Gomes Dellaroza, os locais de queixa mais frequentes são as costas e os membros inferiores. Ela realizou uma pesquisa na Escola de Enfermagem (EE) da USP onde avaliou e caracterizou os idosos que sofrem de dor crônica. Ela analisou os resultados do estudo Saúde, Bem Estar e Envelhecimento (SABE) relativos ao município de São Paulo, coletado no ano de 2006. O SABE é um estudo epidemiológico de base populacional, conduzido pela Faculdade de Saúde Pública (FSP), também da USP.

No trabalho, foram entrevistados 1.271 idosos, uma amostra representativa e aleatória correspondente aos 969.560 que viviam na cidade no ano de 2006 (dados do SABE), já que o estudo sorteou habitantes de todos os distritos. A porcentagem deles que apresentam dor crônica foi de 29,7%, o que representa em torno de 300 mil idosos em São Paulo. O estudo considerou idosos aqueles com mais de 60 anos e dor crônica aquela que persistia por mais de seis meses.

Não houve diferença estatística no uso dos serviços de saúde entre idosos com e sem dor. Isso é explicado devido à alta incidência de outras comorbidades em idosos, como hipertensão e diabetes, pois estes problemas já os levam a internações médicas. Os entrevistados com dor há mais de dois anos apresentaram chance 33% menor de recorrer ao serviço de saúde do que aqueles que sofrem com a dor crônica entre um e dois anos. Ou seja, quanto mais tempo o idoso sofre com a dor menos ele procura ajuda nos serviços de saúde. A pesquisa considerou usar os serviços de saúde ter tido mais de quatro consultas e/ou no mínimo uma internação no último ano.

Aproximadamente um terço dos idosos com dor crônica (31,6%) havia sofrido queda no último ano, tendo, em sua maioria (58,9%), caído uma vez neste período. Uma parcela significativa (27,6%) caiu três vezes ou mais. O risco de queda se mostrou 50% maior naqueles que apresentavam dor associada à osteoporose e 48% maior nos que tinham também incontinência urinária. Cibele adverte que, " quando um idoso cai, o risco de fratura de cabeça de fêmur, de bacia, quadril, é muito alto e isto significa ficar acamado, passar por cirurgias como a colocação de pinos e isto muitas vezes acaba resultando a morte do idoso" .

Segundo a pesquisa, o envelhecimento ainda não é um processo saudável. Para mudar esta realidade, os dados analisados no estudo podem orientar o poder público na elaboração de programas de saúde para o município de São Paulo direcionado a população idosa com dores crônicas. A pesquisa resultou na tese de doutorado Idosos com dor crônica, relato de queda e utilização de serviços de saúde: estudo SABE, defendida em junho de 2012 na EE.
 
Fonte isaude.net

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