A pessoa que pensa em se matar está em uma crise emocional e se percebe
desamparado por todos - mesmo que as pessoas ao seu redor estejam querendo
ajudá-lo.
"É preciso conversar sobre o assunto, para a pessoa enxergar que há, sim,
ajuda", diz o psiquiatra José Manoel Bertolote, autor de "O Suicídio e sua
Prevenção" (ed. Unesp, 142 págs., R$ 18).
Para enfrentar a conversa difícil, quem quer ajudar tem que lidar com seus
próprios fantasmas. "A gente tem muito medo de chegar perto da morte, é como
circular pelo inferno", diz o psiquiatra Neury Botega, da Unicamp.
Mas vale a pena. A conversa serve para fortalecer a rede de apoio da pessoa
em crise, o que é considerado como uma das mais importantes estratégias dos
programas de prevenção ao suicídio.
Veja algumas atitudes que ajudam nessa conversa difícil:
Desenvolva empatia
Coloque-se na situação do outro, tente sentir o que
a pessoa está sentindo.
Seja espontâneo
Demonstrar sua preocupação pela pessoa não significa
dar um tom grave e formal para a conversa.
Mostre seu interesse
Diga que percebe que a pessoa não está bem,
pergunte-lhe sobre o que ela está pensando e em que você pode ajudar.
Mantenha a calma e a confiança
Prepara-se antes, para não transmitir
insegurança ou desespero.
Ouça mais, fale menos
Não interrompa a pessoa nem diga o que ela tem
que fazer ou dê exemplos pessoais.
Não condene
Julgar a pessoa em relação ao que ela diz ou fez pode
fazer com que ela se sinta ainda pior e sem perspectiva.
Procure ajuda
Informe-se sobre grupos de apoio e serviços de saúde
mental que dão orientação e suporte a pessoas em risco de suicídio.
Fonte Folhaonline
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