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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Entenda porque medir a pressão arterial em casa também é importante

Entenda porque medir a pressão arterial em casa também é importante  stock.xchng/Divulgação
Foto: stock.xchng / Divulgação
A auto medida da pressão arterial é defendida pela Liga Mundial
 da Hipertensão (WHL, na sigla em inglês)
A prática pode ajudar a diagnosticar problemas como a hipertensão do avental branco e a hipertensão mascarada
 
É cada vez mais comum o número de pessoas que possui um aparelho de medir a pressão arterial guardado em alguma gaveta de casa. Farmácias e profissionais liberais, desde que capacitados, também são uma opção para quem deseja verificar os número da pressão arterial. Engana-se quem pensa que medir a pressão fora dos consultórios médicos não é uma prática aconselhável. Segundo o professor titular de cardiologia da Faculdade de Medicina de Alagoas (Ufal), especialista em Cardiologia e Hipertensão, Marco Mota, para um diagnóstico concreto de hipertensão há a necessidade de que a pressão arterial seja medida dentro e fora do consultório médico.
 
As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de mortes no mundo segundo a Organização Mundial Saúde (OMS) e a hipertensão é apontada como um dos principais fatores de risco para a doença. É considerado hipertenso aquele indíviduo com pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg. De acordo com Mota, o ideal é que se faça pelo menos duas medidas antes de um diagnóstico.
 
— Há quase que uma exigência de que a pressão seja medida também fora do consultório. Existem casos em que o paciente tem hipertensão dentro do consultório, mas fora sua pressão é normal, o que chamamos de hipertenso do avental branco. E também existe o contrário, quando o paciente tem a pressão controlada dentro do consultório, mas se medida fora, sua pressão está acima do normal. Chamamos isso de hipertensão mascarada.
 
O especialista afirma que acreditava-se que a presença do médico e o ambiente eram tidos como fatores que causavam as reações que levavam ao fenômeno da hipertensão do avental branco, o que ficou provado não ser verdade após alguns estudos. Para Mota, as causas não são explicáveis. Já a hipertensão mascarada pode ser considera maligna do ponto de vista médico, pois acaba tardando o diagnóstico da doença. Os pacientes portadores da hipertensão mascarada devem ser identificados e acompanhados, pois apresentam risco de desenvolver lesões semelhantes a pacientes hipertensos.
 
— O diagnóstico só acontece quando o paciente já chega doente, com sinais de doenças vasculares, às vezes até com um quadro de acidente vascular cerebral (AVC) — alerta Mota.
 
A auto medida da pressão arterial é defendida pela Liga Mundial da Hipertensão (WHL, na sigla em inglês), divisão da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a WHL, a medida realizada por pacientes, familiares, não profissionais de saúde, fora do consultório, representa uma importante fonte de informação adicional. O principal benefício da auto medida é a obtenção de uma estimativa mais real, tendo em vista que os valores são obtidos em ambientes onde os pacientes passam a maior parte do dia.
 
As causas para a doença são muitas, entre elas estão o consumo excessivo de sal, dieta pobre em potássio, sobrepeso, obesidade, sedentarismo e bebidas alcoólicas em excesso, além do tabaco. Para o cardiologista Marco Mota, a medida de maior impacto para o controle da pressão arterial é a perda de peso.
 
Uma vez que o paciente seja diagnosticado com hipertensão, nem sempre há a necessidade de tratamento medicamentoso. O especialista lembra que os pacientes são classificados de acordo com o risco que pode ser baixo e médio, onde há tolerância para o uso de remédios. No entanto, pacientes com o risco considerado alto ou muito alto devem ser medicados.
 
A VI Diretriz Brasileira de Hipertensão recomenda que o indivíduo que seja hipertenso receba o tratamento com remédios. Entretanto, existe a sugestão de que os médicos indiquem uma mudança no estilo de vida do paciente nos primeiros três meses. Uma dieta controlada sem adição de sal, rica em legumes, frutas e verduras, a prática de exercícios físicos, evitar o consumo de álcool e a perda de peso fazem parte dessa mudança no estilo de vida.
 
— Cada vez mais as pessoas levam a sério as recomendações médicas na mudança do modo como levam a vida e voltam a ter a pressão normal. No entanto, essas medidas de intervenção no estilo de vida acabam cansando alguns pacientes que acabam fazendo o tratamento com medicação — afirma Mota.

Zero Hora

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