Prevenção: faltam campanhas direcionadas aos homens mais velhos |
Homens de meia idade que tomam medicamentos para disfunção erétil, como o
Viagra, estão mais propensos a terem doenças sexualmente transmissíveis (DSTs),
revela um estudo realizado com mais de 1.4 milhão de homens.
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts e da Universidade do Sul da
Califórnia disseram que a culpa não está no medicamento, mas sim no
comportamento de risco dos homens que os tomam. E os médicos deveriam aconselhar
esses pacientes sobre práticas de sexo seguro.
Pequenos estudos com homossexuais já tinham associados o uso de remédios
contra disfunção erétil a comportamento de risco elevado e índices maiores de
DSTs.
Mas o novo estudo, publicado no dia 6 de julho na “Annals of Internal
Medicine”, é tido como o primeiro a ter uma amostra grande e representativa,
focada em homens mais velhos. Os pesquisadores investigaram a sexualidade dos
homens incluídos no estudo.
“Clínicos gerais e médicos de família geralmente não falam sobre práticas de
sexo seguro e isso porque, em parte, as taxas de DSTs são bem menores nos homens
mais velhos do que em homens mais jovens, na ordem de um para mil indivíduos”,
disse o autor do estudo, Anupam B. Jena, um médico residente do Hospital de
Massachusetts.
“Nosso estudo sugere que identificar o uso de medicamentos contra disfunção
erétil já é suficiente para apontar um risco duas ou três vezes maior de
DSTs”.
Jena e seus co-autores examinaram registros de seguros de saúde dos Estados
Unidos entre 1997 e 2006. O estudo coletou dados de aproximadamente 34 mil
homens que usavam remédios contra disfunção erétil e de outros 1.37 milhão de
homens com mais de 40 anos que não usavam essas medicações.
A chance maior de ter DSTs foi identificada em dois momentos: um ano antes e
um ano depois dos homens começarem a usar remédios para ereção. A DST mais
frequentemente reportada foi a AIDS, seguida pela clamídia.
A pesquisa não revela se o uso de remédios para ereção aumenta o risco de DST
– essa constatação é baseada na associação entre o uso das medicações e o
comportamento de risco dos homens. Mas Jena disse que ele e seus colegas estão
realizando outro estudo para verificar a nova hipótese.
O uso de medicamento para tratar disfunções eréteis cresceu
significativamente desde o surgimento do sildenafil (Viagra), em 1998. E estudos
recentes descobriram que o homem com mais de 50 anos está muito menos propensos
que os homens jovens a usar preservativos, de acordo com informações de apoio do
estudo.
“A pesquisa confirma o que suspeitávamos, que os homens que tomam
medicamentos para disfunção erétil também fazem parte de um grupo de alto risco,
no qual a atividade sexual será aumentada”, disse Peter Leone, um professor de
medicina da Universidade do Norte da Carolina. “Então, não é a medicação que
leva ao comportamento, é realmente o contrário”.
A descoberta sugere uma necessidade de mais responsabilidade em prescrever
esses remédios, acrescentou Leone. “Médicos precisam perceber que esses
pacientes precisam de exames para diagnóstico de DSTs constantemente, a menos
que eles usem preservativos regularmente ou tenham um relacionamento
monogâmico”.
iG
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