Rio de Janeiro – Passados 25 anos da criação do modelo de estruturação do
Sistema Único de Saúde (SUS), feito a partir da Constituição Federal de 1988, o
projeto não saiu do papel. A opinião é do presidente do Sindicato dos Médicos do
Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), Jorge Darze.
“No Rio de Janeiro o que está faltando é implantar o SUS. Na verdade o que
nós temos é um arremedo de SUS, nós ainda temos no Rio de Janeiro as três
esferas de governo fazendo a gestão de suas próprias unidades, cada uma olhando
para o seu umbigo, esquecendo que o sistema é único”, disse o sindicalista.
A subsecretária de Unidades Próprias da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Ana
Lucia Eiras das Neves, admite que ainda falta muito para o sistema funcionar
perfeitamente, mas destaca que o atendimento melhorou muito nesses 25 anos.
“Houve um avanço, a estruturação lógica de rede, de regulação, de organização de
serviços, de oferta. No momento temos um cenário em que os serviços estão sendo
oferecidos, os municípios estão investindo em atenção básica. As demandas ainda
continuam muitas, mas já houve um avanço”.
Para ela, a principal melhoria foi a universalização do atendimento. “O
sistema agora é único, ou seja, toda a população pode utilizar, o que é um
avanço em relação ao modelo anterior e até em relação a muitos países mais
desenvolvidos. Nós temos que continuar investindo, a parcela precisa aumentar,
as demandas são crescentes, há um envelhecimento da população, há um avanço de
tecnologia, com custos crescentes e a gente precisa melhorar na questão do
financiamento”, admite a subsecretária.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mostram que a rede de atenção
básica na cidade passa por uma reestruturação. Nos últimos anos, foram
inauguradas 70 clínicas da família, que cobrem agora 41% da população; os
hospitais Evandro Freire, na Ilha do Governador; e Pedro II, em Santa Cruz; além
de duas maternidades, o Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda,
no centro; e o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, em Bangu. Também estão já em
atividade sete novos centros de Atenção Psicossocial (CAPs).
A SMS oferece os serviços em 200 centros municipais de Saúde (CMS), para o
atendimento básico; nove policlínicas de atenção secundária e ambulatorial
especializada; 13 centros de Atenção Psicossocial para saúde mental; 14 unidades
de Pronto-Atendimento (UPAs), que fazem cerca de 100 mil atendimentos mensais
cada; e cinco coordenações regionais de Emergência (CER),que ficam ao lado de
grandes emergências de hospitais, para atender casos menos graves. A rede
pública da cidade do Rio conta, ainda, com seis hospitais de emergência e dois
de pronto-atendimento; seis hospitais especializados, três unidades
psiquiátricas, três hospitais pediátricos e um de geriatria, que atendem
encaminhamentos da atenção básica; dez maternidades e uma casa de parto.
A SMS destaca que as clínicas da família em toda a cidade fizeram, no ano
passado, mais de 25,6 milhões de procedimentos ambulatoriais e as UPAs e CERs
contribuíram para a redução pela metade dos atendimentos de emergência nos
grandes hospitais da rede. Desde 2009, as UPAs do município fizeram mais de 3,6
milhões de atendimentos, com taxa de resolubilidade de 98% dos casos.
Na rede estadual de assistência à saúde, são 52 unidades de
Pronto-Atendimento ; 21 hospitais, sendo seis com maternidade, e oito na
capital; seis institutos estaduais, especializados em hematologia, cardiologia,
dermatologia, diabetes, endocrinologia, doenças do tórax e infectologia; dois
postos de Atendimento Médico (PAM); o Centro de Diagnóstico por Imagem (Rio
Imagem); e o Centro de Tratamento Psiquiátrico e de Adictos, para dependentes
químicos.
A SES também mantém o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), na
capital; o Instituto Vital Brasil, que faz pesquisa e produz soros e
medicamentos; centros de hidratação contra a dengue e 18 farmácias populares,
sendo seis no município do Rio. A assessoria da secretaria estadual destaca o
aumento do número de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) mantidos
pelo estado, que passou de 269, em 2006, para 992, em 2013; os partos passaram
de 15,2 mil para 23,4 mil; e o número de exames de imagem subiu de 25,3 mil, em
2007, para 595,3 mil, em 2012.
Agência Brasil
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