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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Entenda por que incontinência urinária pode ocorrer na gravidez

Mulheres que sofreram com a incontinência durante a gestação têm seis vezes mais chances de continuar com o problema depois de o bebê nascer
 
Incontinência urinária é um grande incômodo para que sofre desse problema. Esse distúrbio, mais frequente no sexo feminino, pode ser aumentado durante a gravidez. Especialmente no final da gestação, quando as grávidas percebem o aumento das idas ao banheiro por causa do peso do bebê e do útero que está distendido, comprimindo a bexiga. Essa alteração favorece que a mãe armazene menos líquido fazendo com que a urina vaze, principalmente se fizer algum esforço mais forte ou inesperado, como espirrar ou tossir. Mas quando a vontade de urinar vem e a gestante não consegue segurar ou controlar, esse vazamento é um sinal de incontinência urinária mista.
 
Segundo a ginecologista e obstetra Erica Mantelli, a incontinência urinária mista está associada a dois tipos de incontinência mais comuns.
 
— Esse problema ocorre quando não é possível ter controle sobre a urina que sai da uretra, canal que leva a urina da bexiga para fora do organismo. A gestante não deve ignorar esse problema que aos poucos pode se agravar e apresentar características de dois tipos de incontinência urinária ao mesmo tempo — explica.
 
Uma pesquisa feita pela a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e o Instituto Lado a Lado pela Vida apontou que o problema atinge principalmente mulheres após a menopausa, quando 35% delas sofrem de incontinência urinária ao fazer algum esforço. E, segundo o estudo, 40% das gestantes vão apresentar um ou mais episódios de incontinência urinária durante a gestação ou logo após o parto.
 
Porque a incontinência urinária aparece?
A gravidez e o parto por via vaginal são fatores desencadeantes da incontinência.
 
— São diversos os fatores que podem influenciar o surgimento de um ou dois tipos de incontinência, como por exemplo, enfraquecimento das estruturas da pele, aumento da pressão no abdômen devido ao crescimento e posição do bebê e alterações hormonais durante a gestação — afirma a ginecologista.
 
Quando a incontinência urinária é mista
Mas as mamães podem ficar tranquilas! A perda do controle da bexiga não é uma doença, e sim um sintoma que pode surgir por determinadas causas.
 
— Se você não consegue segurar a urina quando ri, tosse ou espirra e ocorre um vazamento ou sente uma necessidade súbita e forte de urinar toda hora, o seu diagnóstico provavelmente resultará em incontinência urinária mista, que é quando a gestante apresenta os dois tipos de incontinência: de esforço e de urgência — revela Érica.
 
A gestante deve ficar atenta ao tipo de incontinência urinária, principalmente se for mista.
 
— É muito importante perceber qual o tipo de incontinência que afeta a mãe. A gestante precisa conversar sempre com seu médico e explicar seu seus sintomas para que ele defina com clareza quais são os tipos de incontinência que estão envolvidos — aconselha a médica.
 
Alguns especialistas alertam que as mulheres que sofreram com a incontinência durante a gestação têm seis vezes mais chances de continuar com o problema depois de o bebê nascer.
 
— Caso o parto seja vaginal e o bebê for muito grande ou se o parto for mal assistido sem os devidos cuidados médicos para preservar o períneo, a mãe tem chances de apresenta incontinência urinária depois do parto. Mas a boa notícia é que não são todos os partos vaginais que causam a lesão nos músculos — destaca a médica.
 
Portanto, se o seu parto for vaginal, não precisa ficar preocupada. O problema não depende apenas do tipo de parto, mas também de alterações hormonais, presença de doenças associadas como diabetes, doenças pulmonares, neurológicas, uso de medicamentos, obesidade e cirurgias pélvicas prévias.
 
Como tratar?
O tratamento da gestante com incontinência urinária mista consiste nas mudanças de hábitos que visam melhorar a qualidade de vida e o controle da urina.
 
— A gestante pode apostar nos exercícios de Kegel, que sugerem a contração dos músculos do assoalho pélvico por 10 segundos e que pode ser praticado em qualquer hora do dia, ou reeducar a bexiga, urinando em horários programados. Porém esse exercício deve ser feito apenas com indicação médica — sugere Mantelli.
 
Para conter o vazamento, a gestante pode fazer o uso de absorventes ou fraldas para adultos.
 
— É importante para a mãe manter a prática dos exercícios de Kegel durante a gravidez e logo após o parto, pois eles podem ajudar a prevenir a incontinência relacionada ao parto — aconselha a ginecologista.
 
Lembrando que o tempo de tratamento vai depender da gravidade da incontinência e da colaboração da mamãe, pois será necessário dedicar alguns minutos do dia fazendo os exercícios várias vezes para conseguir atingir o controle da eliminação da urina.
 
Zero Hora

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