Rio de Janeiro – A presidenta Dilma Rousseff disse ontem (11) que criou o
Programa Mais Médicos porque ouviu a demanda da população. Em discurso durante
cerimônia de anúncio da construção da Linha 3 do metrô do Rio, Dilma disse que é
obrigação de um governo conhecer as necessidades do povo.
“O governo não pode ser surdo. Um governo tem de ouvir muito. E, além de
ouvir, sabemos que o Brasil tem um problema sério na área da saúde. Por isso,
nós fizemos o Mais Médicos”, disse a presidenta.
Ela rebateu as críticas da classe médica brasileira, que se posicionou contra
o uso de médicos estrangeiros pelo programa. “Quando está em questão os
interesses da população do país, não existe nenhum interesse maior, [nem o
interesse] de nenhuma corporação, de nenhum segmento. Nós respeitamos os médicos
desse país, porque eles sempre deram uma grande contribuição. Agora, temos uma
avaliação faltam médicos. Por isso, criamos o Programa Mais Médicos”,
afirmou.
Segundo Dilma, onde faltar médicos, o governo fará o “possível e o
impossível” para garantir que haja profissionais disponíveis. “Nós temos no
Brasil uma carência tamanha que, em 701 municípios, não moram nenhum médico. Se,
de noite, uma criança tiver um problema, e não tem um médico para atender, olha
o desespero de um pai ou de uma manhã. Estamos querendo resolver um problema de
caráter emergencial e urgente, porque a saúde das pessoas não pode esperar até
que os médicos se formem.”
Ela explicou que, ao mesmo tempo em que está trazendo médicos de outros
países para trabalhar no Brasil, o governo pretende aumentar a formação de
médicos no interior do país e na periferia das grandes cidades. “Está provado
que geralmente o médico fica onde ele se forma ou onde faz sua residência. Vamos
ampliar também o número de médicos especialistas e, portanto, as oportunidades
de residência.”
De acordo com a presidenta, o Brasil não está fazendo nada diferente do que
outros países, inclusive “ricos” fazem. Ela citou que países como o Canadá,
Estados Unidos e Reino Unido tem mais de 25% da sua força de trabalho médica
formada por estrangeiros. No Brasil, esse percentual é de menos de 2%.
Outra ação prevista do governo é melhorar a infraestrutura dos hospitais, por
isso ela apoiou a destinação de 25% dos royalties do petróleo para a saúde e
defende que 50% das emendas parlamentares sejam revertidas para essa área.
Na cerimônia, foram anunciados investimentos de R$ 2,57 bilhões para a
implantação de uma linha de monotrilho de 22 quilômetros que vai ligar São
Gonçalo a Niterói, no Grande Rio (a chamada Linha 3 do metrô). Segundo a
presidenta, o modal será importante para aliviar o trânsito na região e
aproximar os moradores de seu trabalho e estudo, reduzindo o tempo do trajeto.
Dilma disse que nas décadas de 80 e 90, os governos diziam que investir em metrô
era coisa de país rico, por isso agora é preciso “correr atrás do prejuízo”.
Antes do início do evento no Clube Mauá de São Gonçalo, alguns manifestantes
vestidos de preto protestavam, do lado de fora, contra questões como o voto
secreto no Congresso Nacional e a proibição do uso de máscaras nas manifestações
do Rio de Janeiro.
Agência Brasil
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