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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Adesão à terapia anti-retroviral preventiva impede trasmissão do HIV

A profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenir a infecção pelo HIV pode ajudar as pessoas que tomam regularmente seus medicamentos
Foto: UN Photo/Louise Gubb
A profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenir a infecção
 pelo HIV pode ajudar as pessoas que tomam regularmente
 seus medicamentos
Estudo realizado na África em casais com um dos integrantes infectados mostrou 100% de sucesso num período de um ano
 
Um amplo ensaio clínico desenvolvido na África oriental com pessoas não infectadas que vivem com parceiro sexual HIV-positivo, constatou que estratégia no uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenir a infecção pelo HIV pode ser uma ferramenta poderosa quando os participantes tomam regularmente seus medicamentos.
 
A nova estratégia incluiu o monitoramento do número de vezes que os participantes tomaram suas medicações e o aconselhamento intensivo dos integrantes do estudo com menores taxas de adesão ao tratamento, atingindo 100% de sucesso ao impedir a infecção pelo HIV entre aqueles que receberam a medicação ativa durante um período médio de acompanhamento de quase um ano.
 
"A PrEP pode ser extremamente eficaz na prevenção da infecção pelo HIV quando a adesão à dose diária é de alta", diz Jessica Haberer do Massachusetts General Hospital (MGH). "Estudos anteriores de PrEP encontraram variações que chegaram à 75% na eficácia do tratamento. Nosso estudo confirma que os diferentes níveis de adesão nesses ensaios explicam as diferenças em seus resultados. "
 
O estudo foi realizado entre julho de 2008 até julho de 2011 em nove centros clínicos no Quênia e em Uganda com quase 5 mil casais com um das partes infectadas e outra não. Os integrantes não infectados foram tratados com medicamentos orais diários ou uma de duas formulações de anti-retrovirais diferentes ou um placebo. Em intervalos mensais cada casal recebeu aconselhamento sobre a importância de seguir o protocolo do ensaio, incluindo consistentemente tomar o medicamento em estudo, além de ser informado sobre outras formas de prevenir a transmissão do HIV.
 
Com base nos primeiros resultados, os cientistas focaram os estudos num subgrupo de cerca de 1150 pares inscritos em três locais, em Uganda. Os ensaios clínicos prévios usavam o relato dos participantes ou exames de sangue realizados no dia das visitas programadas à clínica. Para refletir com mais precisão a adesão ao tratamento, os pacientes recebiam, ainda, visitas sem aviso prévio em casa, com realização de contagem das pílulas, e um sistema automatizado baseado em microchip registrava cada vez que o frasco de comprimidos era aberto.
 
Os participantes cuja a contagem média das pílulas apontava uma adesão abaixo de 80% recebiam aconselhamento mais intenso, com informações adicionais sobre a importância da adesão. Os parceiros infectados pelo HIV foram também incluídos nestas sessões de aconselhamento.
 
No final do ensaio clínico, apenas 14 dos 1.147 participantes deste subgrupo que não estavam infectados e aderiram ao programa tinham contraído HIV. Todos eles estavam no grupo que recebeu placebo. De acordo com os pesquisadores, o resultado mostra uma eficácia de 100% da nova estratégia. As taxas médias de aderência ao longo de todo estudo foram de 99%, quando medida pela contagem de comprimidos sem aviso prévio, e 97%, medida pelo sistema de monitoramento automatizado.
 
Os pesquisadores também descobriram que a adesão ao protocolo do estudo foi mais fortemente influenciada por fatores de relacionamento. Os participantes que declararam não ter atividade sexual durante os três meses anteriores eram mais propensas a relatar não ter tomado os seus comprimidos, "provavelmente porque eles sentiram que não estavam em risco de infecção."
 
Em contraste, os participantes que tinham casamentos polígamos estáveis, que são culturalmente aceitos nestas partes da África, eram mais propensos a acompanhar de perto o protocolo do estudo. Outros fatores associados com menos aderência eram a idade (quanto mais jovens pior foi a adesão) e em pessoas que relataram dependência mais pesada do álcool. A adesão também diminuiu ao longo do tempo, refletindo uma queda na motivação durante o período de estudo.

 
Isaude.net

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