Rio de Janeiro- O Programa Mais Médicos no estado do Rio deve ampliar em até
200 mil pessoas a cobertura da atenção básica nos municípios atendidos pelos 60
profissionais formados no Brasil que começaram ontem (2) a atuar nas unidades de
saúde. A estimativa é do secretário de Gestão do Trabalho e na Educação na
Saúde, Mozart Sales, que explicou que cada médico cobrirá entre 3 mil e 4 mil
pessoas nos programas de saúde da família.
Ao todo, 13 municípios serão atendidos pelos 60 médicos formados no país.
Mais dez, formados no exterior, vão começar a trabalhar no dia 16, se forem
aprovados na avaliação de português e conhecimentos sobre o sistema de saúde
brasileiro, para a qual estão se preparando desde a semana passada em cursos de
acolhimento em oito capitais brasileiras.
Todos os 14 municípios do estado que receberão os médicos brasileiros e
estrangeiros ficam na região metropolitana, concentração que resultou da própria
escolha dos médicos, que podiam apontar seis opções de cidades quando se
inscreveram no programa. Mozart Sales explica que as vagas do interior poderão
ser preenchidas pelos médicos cubanos se a segunda etapa de inscrições,
encerrada na sexta não preenchê-las. Um novo balanço deve ser divulgado hoje.
"Só poderemos saber disso após a finalização de chamadas individuais dos
brasileiros e estrangeiros que vieram de maneira individual. O que sabemos é que
temos um número de vagas muito expressivo, muito grande, e consequentemente não
será atendido nessa segunda leva".
O secretário defendeu que a falta de médicos é um dos maiores gargalos na
saúde do país e disse que o governo está tomando medidas de curto, médio e longo
prazo para equilibrar a oferta de profissionais. "As de curto prazo são a
política do Mais Médicos, com a possibilidade de convocar a força de trabalho
para começar a atuar rapidamente. Em relação ao médio prazo, temos a ampliação
das vagas de residência, pois são 17 mil médicos formados por ano para 12 mil
vagas, em ciclos de dois anos. São medidas que até 2018 surtirão efeito na
ampliação da formação de especialistas. E de mais longo prazo, num ciclo de seis
a oito anos, é o aumento de vagas nas graduações de medicina".
Na cidade do Rio de Janeiro, onde foi feita uma cerimônia para acolher a
chegada de um médico à Clínica da Família Nildo Aguiar, na zona oeste, o
secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, explicou que os médicos serão
enviados a duas áreas da capital em que há maior dificuldade de atrair e reter
profissionais, nos arredores dos bairros de Realengo, na zona oeste, e
Madureira, na zona norte. Morador da Barra da Tijuca, o médico generalista
Rafael Dutra, de 27 anos, foi o inscrito designado para a clínica e demonstrou
otimismo.
"No momento em que estou da minha carreira, acho que será uma boa experiência
ter mais contato com a população e poder ajudar", disse o médico, que se formou
há dois anos, não fez residência e vê agora a saúde da família como uma
possibilidade de especialização.
Agência Brasil
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