É comum a associação que algumas pessoas e até muitos médicos fazem entre alterações nas unhas e problemas nutricionais ou da dieta. Como se sabe, o aparelho ungueal é formado pela placa ungueal ou lâmina ungueal, que seria a unha propriamente dita, e a pele ao redor.
A parte que fica embaixo da unha é o leito ungueal e a pele que recobre o contorno das unhas são as dobras ungueais laterais e proximal.
A dobra proximal é a pele que termina onde começa a cutícula. Embaixo desta área está a matriz ou fábrica da unha, o local onde ela é produzida.
A cutícula é como se fosse um selo que impede a entrada de microrganismos ou agentes infecciosos na região da produção da unha. Quando traumas nessa região acontecem, temos alterações na formação da lâmina, como o surgimento de manchas brancas e ondulações de sua superfície.
A composição da unha
A unha é formada por uma proteína: a queratina. A maior parte é do tipo queratina dura (80-90%), semelhante à queratina dos cabelos e o restante é formado por queratina mole, que é a queratina que está presente no restante da pele. A consistência da unha é resultado de reações químicas que ocorrem naturalmente na estrutura dessa proteína. Funciona como uma cola, que junta essas fibras de queratina, deixando a unha com a consistência que conhecemos.
Ao contrário do que se acredita, o cálcio nada tem a ver com isso e forma apenas 0,2% da unha. O conteúdo de gordura das unhas também é baixo, se comparado ao da nossa pele. De qualquer maneira esses lipídeos (ou gorduras) é que permitem que as unhas resistam à água. Aliás, a quantidade de água presente na unha varia, mas o normal é de cerca de 18%. O estado de hidratação das unhas (ou seja: a porcentagem de água) também contribui para a consistência delas. Unhas com menos de 16% são quebradiças e esfarelam. Unhas com mais de 25% de água tornam-se amolecidas.
Portanto as alterações que vemos nas unhas têm mais a ver com hábitos como manipulação de produtos químicos, exposição constante à água, traumas repetidos em hobbies e profissões (violinistas, tecladistas, datilógrafos, cozinheiros) do que com o estado nutricional do indivíduo.
Deficiência de biotina
É claro que ainda há poucos estudos sobre como a dieta pode influenciar as alterações ungueais. A síndrome das unhas frágeis, caracterizada por unhas quebradiças que descamam horizontalmente ou longitudinalmente, é uma exceção pois já existem trabalhos a respeito.
Essa condição afeta 60 milhões de pessoas nos Estados Unidos e é uma queixa extremamente frequente no consultório dermatológico. Mais comum em mulheres, elas se queixam que as unhas não crescem ou quebram com facilidade, desfolhando nas pontas.
Já se sabe que grande parte desse problema é causada por hábitos, da mesma forma como já foi citado anteriormente, porém essa é uma condição que responde brilhantemente com suplementação de vitaminas, como a biotina. Como causas de deficiência de biotina, temos: ingestão insuficiente de alimentos que a contêm (nozes, levedo e gérmen de trigo), consumo de claras cruas (devido à presença de avidina, que impede a absorção da biotina), distúrbios do trato gastrintestinal como síndromes de má absorção e alteração da flora intestinal após uso de antibióticos ou anticonvulsivantes.
Na grande maioria dos casos, salvo as poucas exceções acima mencionadas, alterações na dieta não prejudicam as unhas. Alterações ungueais são mais comumente causadas por agentes externos. Porém, mesmo nestes casos, como na síndrome das unhas frágeis, é possível que a suplementação nutricional seja eficiente, uma vez que a introdução da biotina pode levar a uma melhora destes quadros.
Minha Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário