O Brasil será em 2014 o sexto maior mercado consumidor de equipamentos hospitalares, segundo estimativas do ex ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Mas ainda assim não tem uma indústria competitiva e enfrenta a dificuldade de uma balança comercial desfavorável, em torno de US$ 2,5 bilhões no ano passado. De acordo com diagnóstico feito pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), apresentado em seminário realizado ontem em São Paulo, falta uma política industrial do setor que insira o País nas cadeias globais.
O potencial do Brasil de desenvolver essa indústria está diretamente ligado ao fato de ser o único país com mais de 100 milhões de habitantes com um sistema universal de saúde em que as compras para aparelhar hospitais e laboratórios são feitas pelo governo. A coordenador executiva do Cebri, Adriana Queiroz, diz que o País fez um excelente plano para o setor de medicamentos, mas, na questão de máquinas e equipamentos, a política industrial focada em um prêmio para a indústria nacional não se adequa.
Hoje, o governo, para incentivar as multinacionais a se instalarem no País paga um prêmio de preferência de até 25% para o produto nacional. Ou seja, os equipamentos com 60% de conteúdo nacional podem ser até esse porcentual mais caros. Na visão do Cebri, o governo deveria dar prioridade a determinados tipos de maquinário para se adaptar à principal característica do setor que é a cadeia global.
Durante o seminário, o ex-embaixador do Brasil Rubens Barbosa criticou justamente o fato de o País hoje não estar negociando acordos bilaterais importantes com Estados Unidos ou União Europeia onde, segundo ele, é onde se está decidindo padrões e tecnologia.
O Estado de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário