Foto: Lauro Alves / Agencia RBS Trabalho conscientiza professores sobre exercícios com os pequenos |
Eles mal conseguem ficar de pé, mas já têm hora marcada para se exercitar. Diferente de muitos bebês, que permanecem quase o dia inteiro entre berço, colo e cadeirinha, as crianças da creche Francesca Zacaro Faraco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), exploram os movimentos do corpo pelo menos três vezes por semana.
Elas fazem parte de um projeto elaborado por alunos, fisioterapeutas e educadores físicos que busca tirar os pequenos da inatividade e, com isso, impulsionar o desenvolvimento físico e cognitivo.
A ideia de estimular e experimentar a movimentação dos bebês surgiu da observação da fisioterapeuta e professora da Escola Superior de Educação Física (Esef) da UFRGS Carla Skilhan de Almeida.
Ao percorrer diversas instituições de Educação Infantil da Capital, a especialista notou que as crianças estavam passando grande parte do dia inativas e, após avaliar o desenvolvimento delas conforme a idade, viu que muitas estavam ficando para trás.
— As avaliações que fizemos seguem um padrão de "normalidade" ou "desenvolvimento típico" para bebês de até 18 meses. Se o bebê está afastado dos marcos da tabela, ele pode ser considerado atrasado. Esse atraso não precisa ser patológico, pode ser apenas falta de experimentação de movimentos e posturas. E isso estava acontecendo com muitas crianças que avaliamos — explica.
A partir daí, Carla começou um trabalho para conscientizar pais e professores sobre a importância de estimular as crianças a experimentar com mais tempo e liberdade os movimentos do corpo. Desde 2003, com um grupo de especialistas — entre eles educadores físicos e fisioterapeutas —, ela realiza intervenções em instituições de ensino para colocar os pequenos em ação.
Os resultados são cada vez mais positivos. As avaliações realizadas nos bebês antes e depois de alguns meses de intervenções já mostraram que, com um pouco de estímulo, eles podem rapidamente recuperar o grau de desenvolvimento adequado para suas idades.
— Esse tipo de atividade ajuda também na detecção precoce de alguma alteração motora, além de estimular os pequenos a interagir com os colegas, dividir o espaço e os brinquedos, tomar decisões e se divertir durante as brincadeiras — comenta.
Estimulando os sentidos
Os exercícios, é claro, nada tem a ver com aqueles praticados por adultos. São atividades simples que, com a ajuda de objetos, sons e cheiros, estimulam os sentidos dos bebês de diversas formas.
Os três principais focos das atividades são as "perseguições" visuais, que é quando o bebê procura o brinquedo com os olhos, o que o estimula a pegá-lo; a manipulação, que é uma exploração manual do brinquedo, interagindo com o objeto; e o controle postural, quando eles são colocados em determinadas posições para fortificar a musculatura enquanto exploram o meio em que estão.
Por serem atividades simples e divertidas, pais e parentes podem e devem realizá-las com os pequenos diariamente. Mas sempre com muito cuidado, alerta Carla.
Entre os exercícios mais recomendados estão colocar a criança de barriga para baixo, com brinquedos coloridos a alguns centímetros de distância, sentar os mais grandinhos com diversas distrações ao redor e posicioná-los em frente ao espelho para observar seus movimentos.
— Só por meio das experiências é que a criança conhecerá seu próprio corpo. Atualmente, a tecnologia tomou conta deles, mas é fundamental, dentro do desenvolvimento motor, que os bebês possam vivenciar todas as etapas — justifica a fisioterapeuta Laís Gerzson, que participa do projeto na creche da UFRGS.
Para os pais praticarem
- Colocar o bebê no chão, em cima de colchonete, edredom ou tapete. O ideal é nas posturas de barriga para cima ou para baixo
- Estimular a criança a rolar, ficar de barriga para baixo e depois sair desta posição
- Quando a criança se aproximar de cinco meses, colocá-la sentada no chão, com apoio de almofadas, se necessário
- Não deixar os pequenos por muito tempo em cadeirinhas e berços e no colo
- Evitar o uso de andador, pois pode estimular uma caminhada inadequada e provocar encurtamentos musculares
- Reservar um tempo livre para ir ao chão com o bebê, com brinquedos adequados para a idade
- Cantar ou colocar música para os pequenos ouvirem, estimulando a audição
- Contar histórias e deixar que os filhos manuseiem livro infantis com muitas cores e figuras
Elas fazem parte de um projeto elaborado por alunos, fisioterapeutas e educadores físicos que busca tirar os pequenos da inatividade e, com isso, impulsionar o desenvolvimento físico e cognitivo.
A ideia de estimular e experimentar a movimentação dos bebês surgiu da observação da fisioterapeuta e professora da Escola Superior de Educação Física (Esef) da UFRGS Carla Skilhan de Almeida.
Ao percorrer diversas instituições de Educação Infantil da Capital, a especialista notou que as crianças estavam passando grande parte do dia inativas e, após avaliar o desenvolvimento delas conforme a idade, viu que muitas estavam ficando para trás.
— As avaliações que fizemos seguem um padrão de "normalidade" ou "desenvolvimento típico" para bebês de até 18 meses. Se o bebê está afastado dos marcos da tabela, ele pode ser considerado atrasado. Esse atraso não precisa ser patológico, pode ser apenas falta de experimentação de movimentos e posturas. E isso estava acontecendo com muitas crianças que avaliamos — explica.
A partir daí, Carla começou um trabalho para conscientizar pais e professores sobre a importância de estimular as crianças a experimentar com mais tempo e liberdade os movimentos do corpo. Desde 2003, com um grupo de especialistas — entre eles educadores físicos e fisioterapeutas —, ela realiza intervenções em instituições de ensino para colocar os pequenos em ação.
Os resultados são cada vez mais positivos. As avaliações realizadas nos bebês antes e depois de alguns meses de intervenções já mostraram que, com um pouco de estímulo, eles podem rapidamente recuperar o grau de desenvolvimento adequado para suas idades.
— Esse tipo de atividade ajuda também na detecção precoce de alguma alteração motora, além de estimular os pequenos a interagir com os colegas, dividir o espaço e os brinquedos, tomar decisões e se divertir durante as brincadeiras — comenta.
Estimulando os sentidos
Os exercícios, é claro, nada tem a ver com aqueles praticados por adultos. São atividades simples que, com a ajuda de objetos, sons e cheiros, estimulam os sentidos dos bebês de diversas formas.
Os três principais focos das atividades são as "perseguições" visuais, que é quando o bebê procura o brinquedo com os olhos, o que o estimula a pegá-lo; a manipulação, que é uma exploração manual do brinquedo, interagindo com o objeto; e o controle postural, quando eles são colocados em determinadas posições para fortificar a musculatura enquanto exploram o meio em que estão.
Por serem atividades simples e divertidas, pais e parentes podem e devem realizá-las com os pequenos diariamente. Mas sempre com muito cuidado, alerta Carla.
Entre os exercícios mais recomendados estão colocar a criança de barriga para baixo, com brinquedos coloridos a alguns centímetros de distância, sentar os mais grandinhos com diversas distrações ao redor e posicioná-los em frente ao espelho para observar seus movimentos.
— Só por meio das experiências é que a criança conhecerá seu próprio corpo. Atualmente, a tecnologia tomou conta deles, mas é fundamental, dentro do desenvolvimento motor, que os bebês possam vivenciar todas as etapas — justifica a fisioterapeuta Laís Gerzson, que participa do projeto na creche da UFRGS.
Para os pais praticarem
- Colocar o bebê no chão, em cima de colchonete, edredom ou tapete. O ideal é nas posturas de barriga para cima ou para baixo
- Estimular a criança a rolar, ficar de barriga para baixo e depois sair desta posição
- Quando a criança se aproximar de cinco meses, colocá-la sentada no chão, com apoio de almofadas, se necessário
- Não deixar os pequenos por muito tempo em cadeirinhas e berços e no colo
- Evitar o uso de andador, pois pode estimular uma caminhada inadequada e provocar encurtamentos musculares
- Reservar um tempo livre para ir ao chão com o bebê, com brinquedos adequados para a idade
- Cantar ou colocar música para os pequenos ouvirem, estimulando a audição
- Contar histórias e deixar que os filhos manuseiem livro infantis com muitas cores e figuras
Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário