Amil: líder do mercado registra aumento na procura por coletivos por adesão |
Um dos alvos da fraude conhecida como falsos coletivos, os planos de saúde
por adesão voltaram a crescer em 2013. A alta foi tímida, 1,1% ante um
avanço médio de 6,7% dos planos médico-hospitalares, mas algo que não
ocorria desde 2009, quando uma mudança na legislação dificultou
irregularidades.
"Identificamos, no último
ano, o crescimento da procura por nossos planos coletivos empresariais
por adesão", informou a Amil, maior operadora do segmento
médico-hospitalar. "Acreditamos que os planos coletivos por adesão vêm
crescendo por atender a nichos específicos de mercado e por contar com
condições comerciáveis favoráveis."
Mais lucrativos para as
operadoras e com mensalidades menores que os planos individuais, os
coletivos por adesão são oferecidos por meio de associações, sindicatos e
entidades de classe a uma determinada uma categoria – de taxistas, por
exemplo.
Em muitos
casos, entretanto, esses planos foram oferecidos a pessoas sem nenhum
vínculo com a entidade de classe – daí o nome de falsos coletivos.
Em
2009, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mudou as regras
para coibir a fraude, o que levou a uma queda expressiva no número de
beneficiários de planos por adesão.
O
órgão argumenta que, mesmo com o ligeiro aumento de 2013, a fatia desses
planos no total de beneficiários continua a cair menor (veja tabela).
"Se
ficar comprovado que o beneficiário não é elegível para a entrada no
plano, o mesmo passa a ser considerado como individual e a operadora
pode ser multada em R$ 50 mil", alerta a ANS.
Para
José Cechin, diretor-executivo da Federação Nacional de Saúde
Suplementar (Fenasaúde) – que representa os grandes grupos do setor –, o
crescimento observado no ano passado sugere que o mercado já foi
saneado desse tipo de contrato irregular.
"A nossa suspeita [para o aumento]: a diminuição ocorreu porque devia haver muita pessoa que não tinha vínculo [com as associações]. Essas tiveram de sair dos planos e por isso que deve ter caído 2010, 2011 e 2012", afirma, em entrevista ao iG.
"Isso já deve ter sido exaurido. Agora, continua havendo gente interessada e retomou as vendas."
Advogada
do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Joana Cruz
afirma que ainda é possível identificar casos suspeitos.
"A
gente percebe que existe a prática de levar o consumidor a uma
associação genérica, mas é muito difícil fiscalizar se o consumidor
entrou só para obter o plano ou não", diz. "Há associações de
comerciários ou de consumidores. Quem não é consumidor?"
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