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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Consumo de junk food pode se tornar um ciclo vicioso

Em experiência com ratos, quanto mais comiam alimentos hipercalóricos, menor era o autocontrole e a iniciativa de provar novos alimentos 

Camberra (Austrália) - Consumir muito “junk food” não apenas leva ao aumento de peso, como ainda reduz a vontade de consumir outros tipos de alimentos mais balanceados e saudáveis. A descoberta foi divulgada ontem num estudo da “Frontiers in Psychology”. Ela ajuda a explicar como a ingestão excessiva de “junk food” pode mudar o nosso comportamento, enfraquecendo o autocontrole e nos levando a comer mais alimentos calóricos.

Coordenada pela professora Margaret Morris, chefe do setor de Farmacologia da Escola de Ciências Médicas, na Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, a equipe de pesquisadores ensinou ratos a associar dois diferentes sinais sonoros com os sabores de cereja ou uva.

Ratos saudáveis, criados com uma dieta balanceada, deixavam de responder aos sinais se tivessem exagerado no seu consumo recentemente. Este mecanismo inato, difundido entre animais, protege contra a ingestão em excesso de algum alimento e garante a dieta saudável e balanceada.

Mas depois de duas semanas com uma rotina de tortas, pizzas, bolinhos etc — com 150% a mais de calorias — o peso dos ratos aumentou 10% e seus comportamento mudou drasticamente. Eles não evitavam mais os sons que levavam a gostos exageradamente familiares. Isto, segundo os pesquisadores, indica que eles perderam a preferência natural por novidade.

Os pesquisadores acreditam que a dieta hipercalórica causa mudanças em partes do sistema de recompensa do cérebro, por exemplo no córtex orbitofrontal, responsável pela tomada de decisões. Eles dizem que esses resultados podem aumentar a compreensão sobre o controle do consumo de alimentos por humanos, já que o sistema de recompensa cerebral é similar entre todos os mamíferos.

— Uma coisa interessante desta descoberta é que, se o mesmo ocorre em humanos, comer muito ‘junk food’ pode mudar nossas respostas aos sinais associados a recompensas — disse Margaret. — É como se você tivesse apenas sorvete para o almoço, e ainda comesse mais sorvete quando ouvisse carroça do sorvete passar.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que mais de 10% da população adulta no mundo é obesa, e pelo menos 2,8 milhões de pessoas morrem a cada ano por estarem acima do peso ou obesos. Esses são, ainda, os maiores fatores de risco para diversas doenças crônicas, incluindo diabetes e doenças cardiovasculares.

— À medida que a epidemia de obesidade se intensifica, os anúncios podem ter um efeito cada vez maior sobre as pessoas que estão acima do peso e, com isso, fica mais difícil resistir às calorias — acrescenta Amy Reichelt, uma das autoras do estudo pela mesma universidade.

 O Globo

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