Representantes de santas casas e hospitais filantrópicos entregaram
nesta quinta-feira (21), no Palácio do Planalto, um ofício a ser
encaminhado à presidenta Dilma Rousseff, com reivindicações que passam,
principalmente, pelo financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS)
Centenas de pessoas estão desde ontem (20) em Brasília para o congresso
nacional do setor. De acordo com a organização do encontro, 400
manifestantes participaram do protesto, no início da noite, em frente ao
palácio; segundo a Polícia Militar, foram 120.
As pautas
prioritárias incluem a ampliação do custeio com atendimentos
hospitalares, destinação de recursos para o pagamento integral das
bolsas de residência médica, criação de linhas de financiamento e
solução para as dívidas do setor, com base nas políticas destinadas ao
setor agrícola. “Nós atendemos mais de 50% das internações ambulatoriais
e mais de 70% na alta complexidade. Se nós somos importantes, o governo
tem que olhar a gente como sendo importante para eles e dar aquilo que
queremos, que é o financiamento”, cobrou o presidente da Confederação
das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas
(CMB), Edson Rogatti.
Ele disse que as instituições apresentam
atualmente um déficit de R$ 15 bilhões, que pode chegar a R$ 17 bilhões
até o fim do ano. “Precisamos imediatamente, para que não fechem mais
santas casas, de R$ 3 bilhões para dar uma melhorada e continuar
discutindo com o ministério”, disse, referindo-se à pasta da Saúde.
Segundo Rogatti, o governo precisa dar mais atenção ao setor no
Orçamento do próximo ano.
O documento apresentado pelos gestores
apresenta estudo sobre três santas casas, consideradas modelos de
gestão, que estão sofrendo prejuízos com a falta de investimentos.
Segundo a CMB, o déficit médio apresentado é 40% dos resultados
econômicos das instituições. O mesmo ofício foi entregue na noite de
ontem ao ministro da Saúde, Arthur Chioro. De acordo com a assessoria de
comunicação da pasta, o ministro estuda outra forma de transferência
dos recursos para as santas casas, que não se restrinja ao pagamento
feito pela tabela do SUS, a ser apresentada até o fim do ano.
Antes
de protestarem na Praça dos Três Poderes, os participantes do congresso
pararam em frente ao Palácio do Planalto por cerca de 20 minutos, com
velas acesas e cartazes com mensagens que clamam por custeio. Como a
presidenta não estava em Brasília, uma comissão dos manifestantes foi
recebida por representante da Secretaria de Relações Institucionais, que
vai continuar dialogando com o setor em busca de solução para as
demandas. O 24º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais
Filantrópicos se encerra na manhã desta sexta-feira (22), no Hotel
Nacional.
Agência Brasil
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