A campanha sobre malformação congênita “Vá em Frente” foi lançada ontem (21) pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Rio
de Janeiro (Sbot-RJ)
O objetivo da campanha é chamar a atenção da
população e da classe médica sobre o nascimento de crianças que
apresentam malformação congênita. O lançamento foi no Conselho Regional
de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) e contou com representantes do
conselho, da Sbot, de outras especialidades médicas e da saúde pública
do estado e do município.
De acordo com Henrique de Barros,
presidente da sociedade de ortopedia e idealizador do projeto, a
campanha destaca a importância do diagnóstico preciso e do tratamento no
tempo adequado, evitando assim cirurgias ortopédicas tardias. "É muito
importante chamar a atenção para o diagnóstico precoce e com isso o
tratamento precoce dessas crianças. Geralmente o diagnóstico é tardio,
então essas crianças são encaminhadas tardiamente para serem operadas e
com isso, o resultado cirúrgico no pós-operatório diminui", explicou.
A
campanha também chama atenção para a importância da integração entre
especialidades médicas no fechamento do diagnóstico, o correto
preenchimento da Declaração de Nascidos Vivos e do código da anomalia
para criação de dados epidemiológicos, além de orientação aos pais e
encaminhamento do bebê para o tratamento adequado. Segundo Barros, a
prioridade é chamar a atenção dos ortopedistas e pediatras que estão à
frente de maternidades e ambulatórios de pediatria.
Segundo dados
do Estudo Colaborativo Latinoamericano de Malformações Congênitas, que
mapeia a região e cria uma base de dados epidemiológicos, a cada 100
crianças nascidas vivas, três têm malformação congênita e 43% têm
defeito muscular. Para Barros, trata-se de um problema de saúde pública.
"Se eu levar em conta que um defeito congênito pode vir associado a
outro ou que a associação de vários defeitos congênitos pode se
transformar em uma síndrome, essa estatística vai lá em cima. É muito
alta. Isso não é problema de uma campanha, é um problema de saúde
pública", relatou.
O Cremerj é parceiro da Sbot-RJ e vai ajudar a
divulgar a campanha. De acordo com o presidente do Cremerj, Sidnei
Ferreira, o órgão está à disposição e vai colaborar com a campanha.
"Essa campanha tem um papel importante para os médicos e para a
sociedade. O Cremerj vai ajudar de várias formas. Nós temos nossas
câmaras técnicas envolvidas na campanha, vamos divulgar no nosso site
e nas nossas subsedes em 19 municípios e vários bairros. (...) Isso vai
ajudar não só os médicos, como também as famílias, os pais de crianças
com esse problema. Contamos também com a ajuda de outras entidades
médicas que precisam colaborar para que dê certo”, declarou.
Durante a campanha serão distribuídos folders em unidades hospitalares - na ala de pediatria, em ambulatórios e para as famílias.
Agência Brasil
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