Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram
confirmados 1.350 mortos pela doença
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"Somos sem fronteiras, mas não sem limites”, desabafou ontem (21) a
diretora-geral do Médicos sem Fronteiras (MSF) no Brasil, Susana de
Deus, ao falar da falta de apoio que a organização tem enfrentado no
combate à epidemia do ebola na África Ocidental. “As respostas [de
organizações e países] não coincidem com as declarações. Precisamos que
os esforços sejam mais vigorosos e mais rápidos”, declarou
Em
coletiva de imprensa nesta manhã, na sede da organização no Brasil, na
capital fluminense, Susana informou que a MSF gastou mais de 16 milhões
de euros entre dezembro e março somente com missões de combate ao ebola.
Mais de mil profissionais foram alocados nas regiões mais críticas e
disponibilizadas 400 toneladas de equipamentos. Entretanto, o número
não é suficiente e o MSF não pode realocar mais profissionais, pois a
organização atua em outras crises humanitárias como no Sudão do Sul, no
Iraque e na Síria.
"Muita gente está morrendo hoje, o que seria
evitável se houvessem os recursos no terreno. Não compreendemos tanta
lentidão”, lamentou. “É preciso multiplicar, multiplicar e multiplicar
com rapidez [equipes e equipamentos] até conter o contágio. Precisamos
de gente para pôr a mão na massa”, disse Susana ao ressaltar que Libéria
e Serra Leoa devem ser prioridades no envio maciço de recursos.
Segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram confirmados 1.350 mortos
pela doença. Susana disse que faltam equipes de médicos, enfermeiros,
laboratoristas, equipes de rastreamento, de educação em saúde
comunitária, logística para organizar os fluxos, entre outros recursos. O
problema é agravado pelas carências dos próprios países, como sistema
de saúde precário, falta de água potável, saneamento básico, entre
outros problemas de infraestrutura.
Para a representante da MDS,
mais importante do que testar medicamentos que ainda não foram
qualificados, é investir no cuidado e na prevenção. “É necessário que
haja mais organizações no terreno, sobretudo, especialistas em educação
em saúde," comentou ao explicar que a falta de informação sobre o
contágio e os sintomas por parte da população é um dos principais
vetores da contaminação.
Agência Brasil
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