Desde projetos sociais de conscientização até telemedicina, a operadora de telefonia celular quer entrar no setor de Saúde por todos lados
O conceito de que o médico é avesso à tecnologia parece não preocupar as empresas de tecnologia da informação. Prova disso são as apostas da operadora de telefonia celular Vivo, que variam no âmbito social, comercial e educacional do setor de Saúde.
Recentemente, a empresa lançou um banco de dados, pelo celular, contendo sinopses de artigos clínicos e pesquisas médicas desenvolvidas por profissionais da área da saúde. São cerca de 500 textos que abordam temas ligados a doenças e orientações clinicas. “As pessoas sempre buscam o seu diagnóstico antes de ir ao médico. Com este serviço, trabalhamos em parceria com a Sociedade Brasileira de Medicina da Família para fazer textos simples e de fácil entendimento. Sem nenhuma iniciativa de marketing, temos uma média de dois mil acessos por mês”, conta o diretor de Saúde e Qualidade de Vida da Vivo, Michel Daud.
Mais do que isto, a empresa também está atacando o mercado privado de Saúde. Em 2004, iniciou o Vivo Diagnóstio, que seria um projeto de transmissão de imagem e resultados de exames complementares, exames radiológicos digitais por celular. “Funcionaria como uma espécie de facilitador, no qual um médico poderia consultar um especialista transmitindo os resultados do exame por celular. Mas como o início da comercialização foi marcado pelo momento de transição para a rede GSM, preferimos fazer as adequações necessárias. Em 2007, houve dois hospitais privados interessados em fazer testes. No próximo ano ele deve ser vendido”, complementa Daud.
No entanto, o executivo aponta que deve entrar no mercado de forma consolidada. “Como o médico depende de informações rápidas, o produto é eficiente. Porém, devemos investir em workshops e na educação do próprio mercado. Se colocarmos a plataforma de uma maneira simples, pode não passar segurança aos profissionais”, conta.
De acordo com um estudo recente da consultoria Frost & Sullivan, os serviços de conteúdo móvel foram responsáveis por 3,1% das receitas totais com telefonia na América Latina, em 2007. As receitas com este tipo de serviço chegaram a US$ 1,15 bilhão no ano passado, estimando chegar a US$8,93 bilhões em 2014.
Agora, a Vivo está em fase de desenvolvimento de dois produtos customizados para a saúde suplementar e para laboratórios. A empresa ainda não pode passar detalhes do novo produto, mas antecipa que é um projeto que visa dar praticidade às informações. Ambos os projetos devem ser lançados até o final deste ano.
O lado social aflorado
No âmbito social, a operadora foi responsável pela ação chamada de “torpedo solidário”. O primeiro projeto ocorreu em 2001, ainda como Telesp Celular. “Fizemos uma parceria com a Fundação Pró Sangue e encaminhamos mais de 400 mil mensagens para clientes do Estado de São Paulo incentivando a doação de sangue. O resultado foi que em dois meses houveram três mil doadores”, conta Daud.
Neste ano, a bola da vez foi a dengue. Foram cerca de 4 milhões de SMS, com informações preventivas. “Agora, estamos com uma parceria com o ministério da Saúde para enviar nove milhões de torpedos em prol da campanha de rubéola”, conclui.
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