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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Segurança do paciente no Brasil, privilégio dos hospitais privados?

Quando refletimos sobre a segurança do paciente estamos obrigatoriamente abordando o tema da organização dos serviços, de protocolos de atendimento assistencial, da implantação de barreiras para evitar o erro, da incorporação rotineira de treinamentos, de auditorias para verificação da aderência e do cumprimento dos procedimentos de segurança, de número adequado de profissionais e do seu tempo dedicado a cada paciente, na redução do estresse e da fadiga, na constante avaliação do desempenho da liderança e dos profissionais, num ambiente seguro, ou seja, de um investimento na cultura de segurança e nos seus processos.

Esse investimento seja em horas homem treinamento, número adequado de profissionais, horas homem dedicadas às revisões de processos, assim como todos os demais citados anteriormente, pode ser medido em recursos financeiros gastos para que o paciente tenha maior segurança. Ou seja, o hospital que investe na segurança do paciente, obrigatoriamente terá um custo maior nesses itens do que aquele que não o faz.

Pode-se aventar a hipótese de que haja uma compensação desse custo maior com a segurança do paciente pela redução de custos com infecções hospitalares, ocorrência de quedas, cirurgias erradas, complicações previníveis, óbitos e todas as conseqüências da falta de segurança. Entretanto essa possível redução de custos somente se tornará realidade a partir de um investimento inicial e constante nos processos de segurança do paciente.

Ao analisarmos o amplo espectro dos hospitais no Brasil encontramos realidades muito diversas, mas possível de segmentar quanto ao investimento na segurança do paciente.

Os hospitais que participam dos processos de acreditação de qualidade sejam eles Organização Nacional de Acreditação (ONA), Joint Commission International ou Acreditação Canadense, que hoje representam cerca de duzentas instituições hospitalares num universo de mais de sete mil em todo o país, apresentam evidencias de que realizam algum investimento na segurança do paciente.

Esse pequeno grupo é composto na sua maioria por hospitais privados que prestam serviços quase que exclusivamente a clientes particulares ou portadores de planos de saúde e por um número menor de hospitais públicos vinculados ou geridos por fundações privadas ou organizações sociais que atendem a pacientes do SUS.

Além da evidência dada pelos processos de acreditação da qualidade, não existe no Brasil nenhum outro indicador público de que há investimento na segurança do paciente por parte dos hospitais, diferentemente do que ocorre nos países desenvolvidos, onde indicadores da qualidade hospitalar divulgados publicamente permitem comparar o desempenho de cada instituição.

Assim, respondendo a pergunta feita no título deste post: sabemos muito pouco ou quase nada sobre a segurança do paciente nos hospitais brasileiros. Dos poucos hospitais com evidências de manter programas e investimento nessa área, a grande maioria é privada, voltada para o mercado também privado. Há um pequeno grupo de hospitais públicos, geridos por fundações ou por organizações sociais que atendem a pacientes do SUS com evidências de manter programas relacionados à segurança do paciente. Quanto ao restante do universo dos mais de sete mil hospitais brasileiros, não há informações disponíveis.

Fonte Saudeweb

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