Estudos apontam melhoras na resposta ao tratamento, dando sobrevida à paciente e estabilizando a doença
A associação de alguns tipos de anticorpos como medicamento está sendo estudada em centros de pesquisa de todo o mundo como nova droga de combate ao câncer de mama. As novas opções de tratamento estudadas foram apresentadas recentemente durante o 6º Congresso Câncer de Mama pelo diretor científico do Instituto Catalão de Oncologia, Ramon Colomer.
Foram enfatizadas pelo pesquisador os avanços que o tratamento deste tipo de câncer teve nos últimos 10 anos, que o fazem não ser mais considerado um vilão para as mulheres. Mas para avançar no tratamento, principalmente da doença tipo HER2 positivo, que contempla 20% dos tipos de câncer de mama, dezenas de pesquisas com novos medicamentos vêm sendo desenvolvidas com testes em centros de diversos países, incluindo o Brasil.
Os estudos ainda estão em andamento, mas apontam melhoras na resposta ao tratamento, dando sobrevida à paciente e estabilizando a doença quando uma combinação de anticorpos é ministrada juntamente com a quimioterapia. Entre os anticorpos de maior poder, Colomer destaca a associação do pertuzumab e do trastuzumab com o docetaxel, medicamento da quimioterapia.
Testados em pacientes em estágios diferentes da doença, em diferentes quantidades e associações, as novas drogas estão tendo seu poder de ação potencializado quando ministradas combinadas.
— A tendência para o tratamento no futuro é a associação dessas drogas, que têm mais ação do que quando ministradas separadamente — enfatiza o pesquisador.
Segundo o oncologista brasileiro Sérgio Simon, os novos medicamentos chegarão aos consultórios médicos dentro de três anos e poderão, no futuro, a partir de mais pesquisas, substituir a quimioterapia.
— Pesquisas em laboratório, com ratos, já mostram que é possível, mas ainda é preciso avançar para aplicar aos humanos — adianta.
Curiosidades sobre a doença
> Mapa desigual
:: No Brasil, 44% dos aparelhos de mamografia estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste.
:: Sessenta casos em cada 100 mil mulheres têm câncer de mama diagnosticado no Brasil.
:: O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com o maior registro de casos: são 127 para cada 100 mil mulheres ao ano. O número é padrão de um país desenvolvido.
> Bons hábitos ajudam na prevenção
Além de fazer mamografia anualmente depois dos 50 anos, como é recomendado pelo Ministério da Saúde, as mulheres podem adotar hábitos simples para evitar o surgimento da doença:
:: Controle seu peso: mulheres obesas têm mais incidência da doença e mais dificuldade para tratá-la.
:: Evitar o consumo de álcool em excesso, que é um dos fatores de risco mais graves, assim como banir o hábito de fumar.
:: Ter filhos e amamentar o máximo possível.
Fonte Zero Hora
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