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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Espanha realiza primeira extração total de cólon pelo ânus

Uma equipe médica do Hospital Clínic de Barcelona realizou pela primeira vez no mundo uma extração total de cólon pelo ânus, uma técnica pioneira que evita incisões abdominais e possíveis infecções, diminui a dor, além de permitir uma rápida recuperação em poucos dias.

Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, a equipe médica dirigida por Antonio María de Lacy, chefe de cirurgia gastrointestinal do hospital, informou que no dia 13 de julho fez uma cirurgia em Alex, um paciente de 36 anos diagnosticado com colite ulcerosa grave.

Pela primeira vez em todo o mundo foi feita uma colectomia total (extração total do cólon) no tratamento desta doença inflamatória do intestino grosso, que provoca fortes dores abdominais, diarreias frequentes e ocorrência de sangue e muco nas fezes.

O fracasso do tratamento com medicamentos motivou a realização da cirurgia para a extração total do órgão afetado, graças a uma técnica que combina laparoscopia e endoscopia e que supera todas as complicações infecciosas que uma incisão abdominal pode provocar.

Segundo os médicos, Alex era o candidato "perfeito" para se submeter a uma cirurgia minimamente invasiva devido a seu quadro grave marcado por desnutrição, anemia e ingestão frequente de esteroides, causado pelo tratamento anterior.

Durante a operação, todos os instrumentos cirúrgicos utilizados foram introduzidos pelo ânus, para evitar incisões dolorosas.

Trata-se de uma técnica denominada "MANOS" (Cirurgia Microlaparoscópica Assistida por Orifício Natural, em português) e que representa uma evolução em relação aos métodos anteriores, nos quais se fazia um corte na parede abdominal para extrair o cólon.

"As vantagens são evitar as possíveis complicações da incisão, como hérnias, infecção e hemorragia. A técnica anterior provocaria um ferimento que agora não existe", explicou a médica Raquel Bravo, que acrescentou que com esta técnica o paciente "pode ir para casa em dois dias e voltar ao trabalho em duas semanas, ao invés de um mês e meio, como na técnica anterior".

Em todo caso, os responsáveis pela operação afirmaram que pequenas incisões de poucos milímetros seriam feitas, uma delas no umbigo, para introduzir uma câmera de controle durante as mais de três horas de cirurgia.

"Antes não podia sair de casa, porque tinha que ir sempre ao banheiro, até 14 vezes diárias, e agora posso sair de casa, sair com meus amigos de noite, procurar trabalho e ter uma vida normal", disse o paciente em entrevista coletiva.

Os médicos revelaram que este tipo de cirurgia tem um custo dez vezes maior que as técnicas frequentes, apesar de considerarem os seus benefícios maiores do que o preço.

Fonte Folhaonline

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