Pelo que considera não fazer sentido as declarações prestadas ontem pelo bastonário da Ordem dos Médicos que se manifestou contra a troca de genéricos nas farmácias, alertando que têm diferentes substâncias e impurezas que podem por em risco a saúde dos doentes.
Contactado pelo JORNAL da MADEIRA, Paulo Sousa, farmacêutico e proprietário da Farmácia de Santo António,disse não fazer sentido uma coisa destas, tendo em conta que estamos a falar do mesmo princípio activo, da mesma dosagem e na mesma forma de apresentação.
«No entanto, isto é uma situação de certo modo polémica e vem de há muitos anos. Não é uma novidade», acrescentou Paulo Sousa, o qual considera que esta posição do bastonário está relacionada com a proposta de lei do Governo de prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI)que será votada, sexta-feira, no Parlamento nacional.
«Quando existem vários medicamentos com o mesmo princípio activo, a mesma dosagem e a mesma forma de apresentação, quem sou eu, enquanto farmacêutico, para por isso em causa ?», questiona Paulo Sousa.
Bastonário dos Médicos pensa diferente
Já o bastonário da Ordem dos Médicos tem opinião bem diferente.
Cumprindo a lei «os genéricos com o mesmo princípio activo podem ter variabilidades grandes entre si», afirmou José Manuel Silva.
Segundo o bastonário, «os genéricos podem não ser bioequivalentes entre si: têm diferentes métodos de fabrico, têm diferentes excipientes [substâncias sem actividade terapêutica], têm diferentes impurezas e por isso muitos doentes sentem o efeito dessas modificações».
«O que está em causa nesta proposta de lei não é a alteração de um
original por um genérico, nem é sequer aumentar a taxa de genéricos em Portugal.
O que está em causa nesta lei é induzir a substituição de um genérico prescrito por um médico por outra marca do mesmo genérico escolhida pela farmácia», explicou o bastonário da Ordem dos Médicos.
O que os médicos pedem para «estimular a prescrição de genéricos é que, quando um médico prescreve um genérico, essa marca não seja substituída na farmácia», justificou José Manuel Silva.
«Para proteger o doente de mudanças sucessivas de marcas que podem por em risco a vida do próprio doente, o médico pode ser levado a prescrever um medicamento de marca sem genérico para evitar essas trocas nas farmácias», admitiu José Manuel Silva.
Fonte Jornal da Madeira
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