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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Mundo precisa atualizar vacinas contra a gripe, sugere estudo

Segundo pesquisa, métodos de imunização podem ser muito menos eficazes do que se pensa

Enquanto norte-americanos fazem fila para se vacinar contra a gripe, eles devem considerar que as vacinas podem ser muito menos eficazes do que se pensa, segundo um novo estudo.
Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, e seus colegas descobriram que a vacina da gripe mais comum nos Estados Unidos é eficaz para 59% dos adultos saudáveis, bem abaixo do nível de 70-90% relatado anteriormente.

"Estamos presos a uma vacina que já existe há 60 anos e não mudou muito", Osterholm disse em declarações gravadas. Ele salientou a necessidade de uma nova geração de vacinas contra a gripe, particularmente diante de uma futura pandemia.

Há também uma falta de informação sobre quão bem a vacina funciona em crianças e em adultos com mais de 65 anos, disse ele. Estes dois grupos correm maior risco de doença ou morte associadas à gripe.

Autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendam que todos os americanos acima de seis meses de idade tomem uma vacina contra a gripe.

Quase 131 milhões de pessoas, ou 43% da população do país, receberam a vacina contra a gripe na temporada passada, de acordo com o Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC, na sigla em inglês).

A Sanofi, a GlaxoSmithKline, a Novartis, a MedImmune, unidade da AstraZeneca, e a CSL produzem vacinas para o mercado dos EUA.

Enquanto Osterholm não contesta a necessidade das vacinas atuais, ele disse que a percepção comum de que elas são "suficientemente boas" impede o desenvolvimento de novas terapias.

Em um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, Osterholm e colegas selecionaram 5.707 estudos de vacinas publicados nos últimos 40 anos.

Eles reduziram suas análises a 31 estudos que testaram para a presença da gripe em testes de laboratório, em vez de contar um aumento dos anticorpos contra a gripe -- um método mais rápido, mas que pesquisadores dizem que tende a superestimar a eficácia da vacina.

Eles também limitaram os resultados para aqueles que usaram ensaios clínicos randomizados ou outros métodos de observação que não têm "viés de seleção", que poderia fazer com que as pessoas mais doentes ficassem fora do estudo.

Uma análise dos 31 estudos também mostrou que um novo tipo de vacina que utiliza um vírus vivo era 83 por cento eficaz na proteção das crianças entre seis meses e sete anos de idade.

No entanto, este tipo de vacina, que é feito pela MedImmune, atualmente não é recomendado como o melhor tratamento para as crianças pelo grupo do CDC, que decide práticas de imunização nos Estados Unidos, disseram os autores do estudo.

O estudo na Lancet foi publicado antes de uma reunião deste grupo na quarta-feira.

Fonte Estadão

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