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terça-feira, 22 de novembro de 2011

As cápsulas coadjuvantes do regime (e da mente)

Medicamentos feitos a base de plantas, usados para emagrecer, funcionam mais no âmbito psicológico. Entenda os motivos

O roteiro é universal. Na novela do regime, ou do corpo perfeito, métodos alternativos – e supostamente milagrosos – ganham o papel principal sem teste prévio ou eficácia cientificamente comprovada. Para acelerar a queima de gordura, inibir o apetite ou diminuir a ansiedade, comprimidos são lançados quase que semanalmente no imortal mercado da dieta.

Escapar do clichê da alimentação balanceada com atividade física diária, e recorrer ao coquetel de comprimidos, sem indicação médica, além de dar pouco resultado estético, pode ser prejudicial à saúde.

Para Roberta Frota Villas Boas, endocrinologista do Hospital Nove de Julho de São Paulo, o uso dos fitoterápicos (medicamento que tem a planta medicinal como matéria prima) na perda de peso é pouco eficaz. Na visão da especialista, não há nenhum medicamento dessa linha que possa acelerar ou potencializar a queima de gordura.

“O efeito é praticamente psicológico, placebo. Muitas vezes, a ingestão do medicamento estimula um comportamento mais controlado e disciplinado em relação à comida”, diz.

Poucas drogas são regulamentadas e aceitas pelas sociedades de endocrinologistas. Hormônios e medicamentos mais fortes só podem ser usados em casos mais sérios e com a orientação de um especialista, defende a médica.

“Área de obesidade tem um número pequeno de medicamentos eficazes e muito charlatanismo. Alguns podem ajudar moderadamente, mas o efeito não é significativo. Nunca alguém vai emagrecer de forma eficiente tomando fitoterápico.”

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Experiências individuais que ignoram os coeficientes ativos na redução de medidas e creditam o sucesso a tais remédios, são os principais estímulos do consumo desenfreado desses produtos. A auto-ajuda do regime é sempre uma nova opção para dominar a balança. Embora não rechace o uso de fitoterápicos, João Castro Soares, endocrinologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), alerta que eles só devem ser consumidos após avaliação nutricional.

“Quando escolhidos aleatoriamente, os medicamentos alternativos podem provocar reações alérgicas ou, em casos mais graves, mascarar problemas no intestino.”

O médico da Unifesp explica que alguns diuréticos, como a Cáscara Sagrada, que é também laxativo, quando usados por muito tempo, podem escurecer a mucosa intestinal e atrapalhar a avaliação de exames no local. O chá de sene também apresenta efeitos colaterais. Segundo ele, o uso contínuo do medicamento pode provocar cálculo renal.

“Não sou contra, mas é preciso bom senso. A bula desses compostos relata os efeitos como algo brilhante e absolutamente eficaz. Os riscos são relativamente baixos, mas não há estudos que comprovem o valor agregado dessas substâncias. Por outro lado, muitas coisas na medicina foram descobertas através das plantas.”

Se é difícil resistir à tentação de somar à dieta e ao exercício uma substância que ajude ou apenas estimule a mente a manter-se firme no propósito de sorrir em frente ao espelho, é prudente, ao menos, evitar a automedicação. Vale procurar um especialista que recomende, com receita, o fitoterápico mais adequado. "É mais seguro comprar essas cápsulas em farmácias de manipulação. Evite produtos prontos, que não necessariamente contêm o que a bula diz", recomenda Soares.

A pedido do Delas, os dois profissionais listaram alguns medicamentos comuns no mercado e seus possíveis efeitos, recomendações e contraindicações:

Agar-Agar, Figo da Índia e Glucomanan: compostos ricos em fibras que ajudariam na saciedade. Sem contraindicações.

Caralluma: extrato vegetal, feito de um cacto da índia, muito rico em fibra. Pode ajudar a diminuir a sensação de fome. É referida como droga com poder anorexígeno, mas na prática bastante questionável e sem estudos suficientes.

Cártamo: seria um "precursor do CLA", droga proibida no Brasil e que aceleraria o metabolismo. Por não ter estudos suficientes, não é recomendável usá-la.

Citrus: extrato da laranja-da-terra, ajudaria a aumentar o metabolismo, muito rico em vitamina C. Sem contraindicações se usado com orientação.

Chá branco e verde: teriam propriedades antioxidantes. A ingestão de maior quantidade de líquidos (no caso através dos chás) é benéfica para o organismo, estimulando uma maior eliminação de líquidos pela urina. Sem contraindicações se consumido sem excessos.

Garcinia Cambogia: pode ajudar a reduzir a vontade de comer doces. Propriedade sem comprovação científica.

Gymenna: planta originária da Índia e que retardaria a absorção de açúcar. Propriedade sem comprovação científica.

Folia magra: pode aliviar a sensação de fome. Propriedade sem comprovação científica.

Piruvato de cálcio e Porangaba: teoricamente estimulariam o metabolismo, mas o efeito é irrisório e não há comprovação científica para seu uso.
 
Fonte Delas

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