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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Brasil trata entre 60% e 79% das pessoas com HIV


O diretor da UNAIDS no Brasil, Pedro Chequer, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha - Dida Sampaio/AE
Dida Sampaio/AE
O diretor da UNAIDS no Brasil, Pedro Chequer,
e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha



País deixa grupo de nações com maior cobertura para população estimada com o vírus, mas oferece drogas a 95% dos diagnosticados como soropositivos

Relatório do Programa das Nações Unidas para Aids (Unaids) mostra que o Brasil está fora da lista dos países com maior cobertura de tratamento para pessoas com HIV entre a população estimada de portadores do vírus.

O documento indica que 11 países, entre eles Chile, Cuba e Namíbia, têm pelo menos 80% da população estimada com vírus recebendo antirretrovirais. O Brasil está na classificação seguinte. Ao lado de México, Argentina e Paraguai, o País figura entre aqueles que oferecem tratamento para uma faixa entre 60% e 79% da população estimada de portadores do vírus HIV.
Diretor do Unaids no Brasil, Pedro Chequer considera que o índice não é um “problema”, mas um “desafio” para o País que, no início da última década, foi apontado como responsável pelo melhor programa de aids no mundo. “É preciso melhorar o diagnóstico precoce da doença.”

Ele ressalva, porém, que os números mudam quando se analisa quem sabe que tem o vírus. Nessas condições, o Brasil tem uma das maiores coberturas mundiais: mais de 95% da população com indicação de uso de antirretrovirais está em tratamento.

Estima-se que no Brasil entre 250 mil a 300 mil portadores do vírus desconheçam a sua infecção e, por isso, não iniciam a terapia no tempo adequado. Um estudo feito pelo pesquisador Alexandre Grangeiro, da Universidade de São Paulo (USP), mostra que 40% da mortalidade de aids no País está associada justamente ao diagnóstico tardio.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que estratégias para ampliar o diagnóstico precoce da doença estão em curso. Ele citou a oferta de testes rápidos de HIV na rede básica de saúde e ações entre jovens, como a realizada durante o Rock in Rio, para incentivar a testagem.

Padilha apontou ainda uma nova ênfase para campanhas regionais, com linguagem e temáticas próprias. O enfoque precisa ser mudado para atingir população mais jovem. “O investimento em publicidade aumentou em relação ao ano passado e vai aumentar em 2012. Mas em estratégias distintas.” Para Chequer, as mudanças estão no caminho certo. “Temos características diferentes em cada ponto do País. Isso demanda estratégias de prevenção também distintas.”

O relatório divulgado ontem foi o mais otimista dos últimos anos. Os números apresentados mostram que número de mortes, de registros de novas infecções atingiu em 2010 as suas menores marcas. Além disso, o número de pessoas em tratamento aumentou de forma significativa. A exceção ficou com Leste Europeu e alguns países asiáticos.

Pedro Chequer afirma que progressos maiores poderão ser alcançados se os países desenvolvidos cumprirem o compromisso de aporte de recursos para combate mundial da doença. “É importante que países desenvolvidos respeitem o que foi firmado.” A ajuda internacional diminuiu de US$ 7,6 bilhões em 2009 para US$ 6,9 bilhões em 2010.

Chequer comentou as afirmações do papa Bento XVI em documento divulgado há dois dias dirigido à África. O texto diz que a aids é, antes de tudo, um problema ético e defende a abstinência sexual. “É contra ética sonegar informações sobre a formas comprovadas de evitar o contágio da doença, como o preservativo.”

Fonte Estadão

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