Falta de investimentos, condições estruturais inadequadas para o exercício da Medicina, atraso salarial, ausência de Diretores Clínico e Técnico que respondam pela instituição hospitalar são alguns dos problemas apontados
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) determinou a interdição ética da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Colombo na manhã desta quarta-feira, dia 11 de janeiro de 2012. Cópia do documento que foi apresentado ao interventor do hospital, Joaquim José Grubhofer Rauli, à Secretária Municipal de Saúde, Ivonne Cecília Busato, e ao Procurador Geral do município, Alexandre Martins, durante o ato de interdição também foi entregue ao Prefeito Municipal de Colombo, José Antônio Camargo, e encaminhada ao Ministério Público do município e à Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA).
Falta de investimentos, condições estruturais inadequadas para o exercício da Medicina, atraso salarial, ausência de Diretores Clínico e Técnico que respondam pela instituição hospitalar, impossibilidade de manter uma equipe médica permanente, falta de medicamentos básicos, materiais e equipamentos e ausência de escala médica diária de plantão. Estes são os principais problemas apontados pelos profissionais que atuam na Santa Casa de Colombo e pelo Departamento de Fiscalização do Exercício Profissional do CRM-PR, que esteve no local pelo menos duas vezes para realização de vistorias.
Os dirigentes do CRM-PR informaram que a ação impede que os médicos trabalhem na Santa Casa. “O hospital só voltará a funcionar quando as autoridades solucionarem o problema do atendimento e sanarem as irregularidades”, afirma o presidente do CRM, Carlos Roberto Goytacaz Rocha, que esteve no local para realizar a interdição ética juntamente com o vice-presidente, Alexandre Gustavo Bley, e o advogado da Assessoria Jurídica do Conselho, Martim Afonso Palma. “A lógica do sistema se inverteu: ao invés do hospital servir de referência para os postos de saúde, os postos estão recebendo pacientes de urgência e emergência devido à precariedade da estrutura hospitalar”, constata. “Nossa função é supervisionar e defender o exercício ético e digno da profissão médica e, consequentemente, garantir atendimento adequado à sociedade”, defende o presidente, explicando que locais onde não há condições para o exercício da profissão são prejudiciais não somente para o médico, mas também aos pacientes.
De acordo com o Código de Ética Médica, é direito do médico “recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais” e “suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição (…) para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente”.
Relatório – Em vistoria realizada para avalizar as condições estruturais e da equipe técnica da instituição, o CRM-PR constatou diversas irregularidades que impossibilitam o funcionamento do hospital e a continuidade de atendimento médico à população.
Entre os problemas encontrados pela equipe de fiscalização destacam-se a falta de escalas de plantão e de médicos especialistas de sobreaviso para atendimento emergencial. A falta de materiais e equipamentos para atendimento de emergência, medicamentos e ausência de suporte de diagnóstico pelo laboratório são alguns dos mais graves. Também foi constatada a inexatidão de informações relativas ao número de médicos que compõem o Corpo Clínico, a falta de Diretores Clínico e Técnico e atrasos e/ou não pagamento de honorários tanto de médicos quanto de outros profissionais que atuam no local.
Fonte SaudeWeb
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