Uma disputa envolvendo três municípios do oeste do Pará e uma ONG holandesa pode deixar cerca de 15 mil ribeirinhos sem atendimento de saúde.
A primeira unidade de saúde da família fluvial do Brasil pode ter de encerrar suas atividades porque a ONG holandesa TDH -proprietária da embarcação- quer levar o barco Abaré, onde funciona o posto, para outro município ainda não anunciado.
Anteontem, a Justiça concedeu uma liminar a pedido da Prefeitura de Santarém que determinou a permanência da embarcação por mais seis meses no local. A TDH pretende recorrer.
O Abaré atende os municípios de Santarém, Belterra e Aveiro, nos trechos banhados pelo rio Tapajós.
O modelo, criado em 2006 em parceria entre a ONG brasileira Projeto Saúde e Alegria e a TDH, foi institucionalizado pelo Ministério da Saúde em 2010. A previsão do ministério é que, até 2014, haja 64 embarcações de saúde fluvial. Hoje, há só duas em funcionamento, ambas no Pará.
Segundo o advogado da TDH no Brasil, Rodrigo Pellegrino, o termo de compromisso entre as duas ONGs se encerrou no fim de 2011.
Caetano Scannavino Filho, coordenador do Projeto Saúde e Alegria, diz que não esperava que isso resultasse na remoção do barco.
Pellegrino diz que "não havia motivo para surpresas" porque a decisão foi comunicada "há muito tempo" e que a decisão baseou-se em questões estratégicas relativas à atuação da TDH no Brasil.
Fonte Folhaonline
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