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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O papel do setor de saúde brasileiro no mercado global

O Brasil, segundo especialista, tem as condições de trilhar o caminho de outros países que induzem à criação de uma indústria de classe mundial alavancada em seu sistema de saúde

Por Rodrigo Correia da Silva

O desenvolvimento do Brasil nos últimos anos gerou oportunidades e desafios no sistema de saúde. Isso ocorreu devido ao crescimento da população e o aumento crescente do acesso ao sistema público de saúde, previsto na Constituição de 1988. Agora, o desafio nacional e mundial é ofertar as tecnologias mais eficazes para prevenir, diagnosticar e tratar as moléstias.

A oportunidade é a industrialização lastreada no mercado interno e a crescente globalização da nossa economia, exceto pelo agronegócio e o setor de commodities minerais baseados fortemente em ativos físicos locais.

A industrialização dos demais setores tem sofrido com o chamado custo Brasil (juros altos, impostos altos e complexos, custos trabalhistas, custos logísticos, câmbio, etc…) e o setor saúde não é exceção.

Partindo de uma análise deste ambiente, e em busca do melhor retorno para os esforços públicos e privados, chegamos à conclusão de que o caminho mais recomendável é a busca pela inovação, que crie produtos com vantagens competitivas e valor agregado suficiente para pagar o custo Brasil e gerar lucros que possam lastrear reinvestimentos.

Tratamos, portanto, da inovação real, da criação de algo inexistente no mercado na forma criada, algo que contribua com soluções novas para as demandas mundiais por acesso à saúde. Não de cópias ou da chamada substituição de importação, que é caminho viável apenas para países com baixos custos de produção como é o caso chinês, por exemplo, ou com recursos naturais imprescindíveis e escassos como é o nosso caso com o agronegócio e as commodities minerais.

A inovação como processo criativo pode ser estimulada, porém não dirigida, já que é um processo caótico marcado pelo empreendedorismo na sociedade do conhecimento de modo que ao Estado cabe criar a segurança, estrutura e os incentivos adequados para que ela ocorra.

No setor saúde, os pressupostos de um ambiente amigável à inovação são: segurança institucional, clareza regulatória, eficiência burocrática, proteção à propriedade intelectual, estabilidade dos mecanismos de incorporação de tecnologia, pagamento, reembolso e igualdade material entre os competidores.

Por outro lado, maior competitividade em um mercado aberto, igualitário e dinâmico é simultaneamente um vetor e um incentivo para a oferta de produtos eficientes e eficazes, que ao disputarem a preferência dos compradores públicos e privados, não só se aperfeiçoam em um processo de seleção natural como se esforçarão continuamente para fornecer as melhores condições e menores preços ampliando o acesso da população e melhorando a aplicação do orçamento público e dos recursos dos usuários geridos pelas operadoras de planos de saúde.

A lógica vigente é a de que o desenvolvimento industrial-local concorre com importações de produtos e, portanto, os esforços públicos e privados são voltados para a substituição de importações criando incentivos opostos à verdadeira inovação.

No setor saúde ocorre justamente o contrário, a importação não só traz concorrentes que estimulam a competitividade das indústrias locais como permite que a população tenha acesso a produtos que protegem e restauram a saúde.

Na mesma linha, os pesquisadores e empreendedores locais também tem acesso a tecnologias atuais elevando e direcionando seu poder criativo para o desenvolvimento de produtos inovadores aptos a competir em mercados internacionais.

O Brasil efetivamente tem as condições de trilhar o caminho de outros países que bem atendem sua população e, ao mesmo tempo, induz a criação de uma indústria de classe mundial alavancada em seu sistema de saúde, seus médicos e serviços de saúde de altíssimo gabarito, academia forte e organizada e base industrial que já atende requisitos regulatórios rigorosos.

Para aproveitar estas vantagens, é preciso apenas abandonar os modelos protecionistas de soma zero e partir para um modelo que apoie a sinergia entre fabricantes locais e internacionais. Tal sinergia é desenvolvida em um ambiente de negócios favorável como já ocorreu nos setores de Tecnologia da Informação e Automobilístico.

Fonte SaudeWeb

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