O CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou uma nota pública de repúdio na tarde desta quarta-feira após um site de notícias de Rondônia divulgar um vídeo que mostra o descaso dentro de um hospital público do Estado.
As imagens foram feitas no corredor do hospital João Paulo 2º, em Porto Velho. Elas mostram um homem deitado no chão, aparentemente agonizando, com larvas conhecidas como tapurus dentro da boca.
Segundo o conselho, o caso "exemplifica o desrespeito aos direitos humanos e a Constituição brasileira" que vem ocorrendo nos órgãos de saúde pública do Estado.
O governo do Estado ainda não se pronunciou sobre o assunto.
VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA DO CFM:
A saúde pública em Rondônia vivencia período de crise por conta de sucessivos equívocos na esfera de sua gestão. Um exemplo concreto dos desmandos veio a tona com a operação Termópilas, conduzida pelo Ministério Público Estadual, pelo Tribunal de Justiça do Estado e pela Polícia Federal. A ação concluída no fim de 2011 culminou com a denúncia de envolvimento e a prisão de gestores públicos, políticos e empresários que desviavam recursos da saúde em benefício próprio.
Apesar disso e de outras várias denúncias feitas pelas entidades médicas, da sociedade civil e da imprensa, o descaso e a indiferença ainda campeiam comprometendo a vida e o bem estar dos cidadãos rondonienses. Infelizmente, o caos ultrapassou todos os limites.
Nesta quarta-feira (28), imagens chocantes veiculadas pela internet mostram o sofrimento e a tortura a qual os pacientes estão sendo submetidos no Estado. As cenas mostram um homem abandonado dentro do hospital João Paulo 2º, em Porto Velho. Seu sofrimento é visível e sua agonia choca ainda mais ao percebermos que de sua boca saem larvas (tapurus), que o devoram vivo.
O Conselho Federal de Medicina e o Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero), inconformados com o quadro atual e com a indiferença do governador Confúcio Moura [PMDB] --lamentavelmente médico--, tomarão medidas enérgicas para que situações semelhantes não voltem a acontecer.
Este caso exemplifica o desrespeito aos direitos humanos e a Constituição brasileira, que determina que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, sendo a dignidade dos indivíduos fundamental para a vida em sociedade. Os conselhos conclamam todos os rondonienses, todas as entidades da sociedade civil organizada, os tomadores de decisão, o Ministério Público, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário a unir forças contra a iniquidade.
O silêncio significa cumplicidade com os desmandos. Os médicos não assinarão este pacto.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE RONDÔNIA
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
Fonte Folhaonline
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