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quinta-feira, 29 de março de 2012

Sensibilidade ao glúten não é tão comum quanto se acredita, indica especialista

Em um artigo publicado no periódico Annals of Internal Medicine, pesquisadores da Universidade de Pavia, na Itália, pedem diagnósticos mais criteriosos para sensibilidade ao glúten. Segundo os autores, muitas pessoas que acreditam sofrer desta condição na realidade estão tendo uma resposta nocebo – elas fabricam os sintomas por acreditar que tem a doença -, uma vez que a grande maioria nunca recebeu um diagnóstico apropriado.

O efeito nocebo, ao contrário do efeito placebo, é quando uma pessoa sente a piora de sintomas específicos ao ingerir um um fármaco inerte, ou placebo – um comprimido de açúcar, por exemplo.

O termo sensibilidade ao glúten tem sido usado recentemente para descrever indivíduos que também não podem tolerar o glúten e apresentam sintomas gastrointestinais semelhantes àqueles da doença celíaca, mas não apresentam ocorrência do tTG ou de co-morbidades autoimunes. Pessoas que acreditam serem sensíveis ao glúten, ao ingerirem alimentos com trigo, centeio, aveia, cevada ou malte, podem sentir dores abdominais, de cabeça, diarréia, vômitos.

Para Antonio Di Sabatino, um dos autores, quando um paciente aparece com estes sintomas subjetivos – uma vez que são comuns a outras doenças também – é preciso critério na hora do diagnóstico. Na realidade, aponta, como hoje não existe um biomarcador conhecido para o diagnóstico da sensibilidade ao glúten, é necessário criar padrões.

Sintomas fabricados
Di Sabatino e uma equipe da Universidade estão com um estudo em andamento sobre o assunto. Eles selecionaram um grupo de pessoas que acreditam ter sensibilidade ao glúten e submeteram elas a um teste cego, onde eles deveriam diferenciar os alimentos com ou livres de glúten.

Os resultados preliminares mostram que a quantidade de pessoas que realmente têm a doença – aqueles que conseguiram diferenciar os alimentos – é muito menor do que se supôs.

“O correto é primeiro descartar a doença celíaca e depois realizar testes para verificar se aqueles sintomas não são, na realidade, uma resposta nocebo ou uma realção alérgica a outras substâncias daquele alimento que não o glúten”, destaca.

Por quê? Primeiro, indica Di Sabatino, porque iniciar uma dieta livre de glúten compromete o diagnóstico correto para doença celíaca. Segundo, porque este aumento de pacientes talvez seja um efeito midiático. “As pessoas estão passando a acreditar que tem a doença como resultado de inúmeros artigos em periódicos e até jornais famosos dizendo que a sensibilidade ao glúten é uma doença comum, em crescimento. Então é necessário prudência”, conclui.

Fonte O que eu tenho

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