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segunda-feira, 12 de março de 2012

Doença fez caminhoneiro abandonar futebol e quase o matou

O motorista de caminhão Mateus de Moura, 31, morava em Itajubá até três anos atrás. Ele jogava futebol aos domingos e levava uma vida normal, como conta sua mulher, Priscila Karine Santos Moura, 29. "Ele começou a sentir falta de ar. Um dia, ficou com os dedos e a boca roxos, então levamos ao médico. Ele ficou 13 dias internado sem que descobrissem o que ele tinha. Todos os exames descartavam tudo o que eles achavam que era."

Segundo Priscila, uma biópsia feita no pulmão de Mateus levou ao diagnóstico de hemangiomatose capilar pulmonar, uma doença rara em que há uma proliferação exagerada de capilares (pequenos vasos) no tecido que dá sustentação ao pulmão.

A gravidade do problema levou os médicos a encaminharem Mateus para o InCor. "Ele passou um ano fazendo exames. Os médicos nunca tinham visto aquilo", diz Priscila. A equipe de transplantes de pulmão passou a cuidar do caso. "Nenhum remédio melhorava. A doença era incurável e progressiva."

O casal e a filha deles, Ágata, hoje com 13 anos, se mudaram então para Taubaté (SP), para ficar mais perto do InCor. Priscila, que é professora, começou a trabalhar como manicure, para ter flexibilidade de horários para levar Mateus a consultas, exames, tratamentos. O apartamento alugado pela família foi cuidadosamente selecionado em um local perto da Via Dutra e próximo a um campinho de futebol, que serviria como espaço para o pouso de um helicóptero caso Mateus tivesse de ser resgatado às pressas.

O andar escolhido foi o primeiro, para que ele não tivesse de subir escadas se o elevador quebrasse. Mateus ficava ligado 24 horas por dia ao cilindro de oxigênio. "De outubro para cá, tinha piorado bastante, estava debilitado e não conseguia andar direito."

Priscila conta que, no ano passado, em julho, o cirurgião Paulo Pego, coordenador do Projeto de Recondicionamento Pulmonar, fez uma reunião com os pacientes que estavam na fila do transplante e suas famílias para apresentar a nova técnica. Mateus aceitou entrar no progama.

No último dia 1o., quando receberam a ligação do hospital dizendo que um pulmão compatível havia chegado, Mateus e Priscila não sabiam que seria o recondicionado. "Só ficamos sabendo quando chegamos lá. Quando fizeram a proposta, em julho, não ficamos com medo, mas na hora levamos um 'susto'. O Mateus disse: 'Puxa, vai ser o primeiro'. Mas por que ia dar errado aqui se já tinha dado certo no exterior? Precisávamos acreditar na equipe, eles tinham estudado o novo transplante."

Na última sexta, uma semana após a operação, Mateus já respirava sem tubos. Ao receber a visita da mãe, Ana Ribeiro de Moura, do irmão, Igor, 21, e da reportagem, no sábado, parecia ansioso para sair da cama, sentar e tirar a máscara de oxigênio. Já falava algumas palavras e perguntava ao irmão qual havia sido a estrada escolhida para trazer a mãe de Minas Gerais até São Paulo.

Voltar ao trabalho de motorista é uma grande vontade de Mateus. Além disso, conta Priscila, ele quer jogar futebol e subir escadas de novo.

A vida imita a arte
O segundo episódio da atual temporada da série de TV "Dr. House" (Record e Universal) teve como tema o uso da técnica para recuperar pulmões para transplante. O médico Gregory House e a residente Chi Park têm 12 horas para descobrir qual é o problema afetando o órgão, ligado a uma máquina no hospital. O órgão seria transplantado em uma paciente do oncologista James Wilson, melhor amigo de House, que, como sempre, acaba descobrindo o que deve fazer.

Fonte Folhaonline

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