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segunda-feira, 12 de março de 2012

Empresas de Telecom estão de olho na Saúde

A Telefônica se lançou no setor por meio de sistemas para sincronização de agendas de médicos e operadoras e equipamentos de saúde na casa de pacientes. Tim e Oi também estão atentas a este mercado

Quando resolveu os problemas que geraram processos contra seu principal produto de banda larga, o Speedy, em 2009, a Telefônica dava um passo rumo à possibilidade de vender o valor agregado à disponibilidade de sua rede. Alguns anos depois do mal-estar em relação à imagem da empresa, a companhia espanhola aproveitou a aquisição da Vivo para avançar sobre o mercado de saúde, e mais: sobre a possibilidade de rentabilizar sua infraestrutura de dados em um mercado que somará, no Brasil, R$ 72 bilhões neste ano, segundo o IDC.

Alinhado à tendência global de verticalização do negócio, a Telefônica ensaia no País uma potente entrada no mercado de saúde com produtos que visam atender tanto o consumidor direto quanto clientes corporativos. O Brasil é um dos três países onde a companhia deve investir mais fortemente nos negócios em verticais. Além daqui, Inglaterra e Espanha já abrigam parte da equipe de 50 funcionários dedicados ao desenvolvimento de produtos e estratégias para o setor.

O piloto desta estreia já está em andamento e atinge serviços, considerados pela empresa, de menor criticidade. Mas o diretor de produtos e serviços financeiros da Telefônica/Vivo, Maurício Romão, diz que não é o único que está satisfeito com os primeiros resultados. Ele e os 20 mil clientes do serviço Vivo Ligue Saúde têm auxiliado a empresa avançar neste sentido. O serviço, que custa R$ 3,50 para os clientes dos estados do Paraná, Santa Catarina e algumas cidades do interior de São Paulo, coloca à disposição um grupo de enfermeiras para sanar dúvidas de primeiros socorros.

O número de adesões é considerado pela empresa bastante expressivo, tendo em vista que o investimento foi apenas na divulgação via SMS e o programa está no ar há dois meses.

Além desta iniciativa, mais voltada para o público final, o projeto da companhia, que é viabilizado pela mais nova empresa do grupo, a Telefônica Digital, atende também às demandas corporativas. Romão conta que está em teste, com duas empresas parceiras, um produto sincronizador de agendas, que deve atender às exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS) de que os planos de saúde disponibilizem consultas num prazo máximo de sete dias úteis.

O sistema é uma ferramenta multicanal que funciona na nuvem (cloud computing), onde os médicos de uma determinada operadora colocam suas agendas para que Call Center e pacientes tenham acesso, a fim de que os planos possam gerir melhor estes recursos.

“E o mais importante é que tem todo um sistema de relatórios por trás do produto, que é um alerta para a operadora quando um paciente não encontra uma consulta dentro do prazo estipulado pela regulamentação da ANS”, explica Romão. “Além desta solução, temos mais duas que devem estar disponíveis no mercado ainda neste semestre e que já estão em teste também.”

Outro produto em teste no País é uma solução de auto-atendimento para Call Center com reconhecimento de voz. Nela, o paciente pode fazer agendamentos diretamente na URA.

Infraestrutura
Para estar em toda a cadeia de valor do mercado de saúde, a Telefônica investe em presença e qualidade. O motivo disso é que a verticalização não é mais uma tendência no mercado de telecom, hoje é necessidade. A demanda por investimento das teles cresceu no ritmo alucinante com que cresceu a demanda por acesso à internet, multiplicado pelo crescimento do poder de processamento dos dispositivos. Agregar valor a uma estrutura que antes era usada apenas para serviços de voz passou a ser mais que um diferencial competitivo, mas uma questão de sobrevivência.

“Sabemos que, quanto mais presentes estivermos na vida dos nossos clientes, mais fiéis eles vão ser, porque vamos oferecer mais diferenciais. E nosso diferencial é dominar a infraestrutura para fornecimento destes serviços”, diz Romão.

A mobilidade dos equipamentos é um jogador a mais no time. Em parceria com quatro fabricantes nacionais de dispositivos de saúde móveis, a companhia deve entrar também na casa dos doentes crônicos com equipamentos que avisam a uma central sobre os parâmetros anormais de saúde do paciente.

O passo em direção à verticalização, por um lado, denota a maturidade do mercado para atender uma demanda por disponibilidade do tamanho da necessidade por assistência. O outro lado é que o Brasil começa a figurar entre os principais países em relação à tecnologia de ponta, mas sem uma infraestrutura proporcional.

“Nossa rede ainda é muito fraca em termos de número de pontos e força de sinal, por exemplo, em relação aos EUA”, afirma Fernando Belfort, analista sênior de Mercados da Frost & Sullivan.

Segundo o analista, as novidades não devem chegar ao mercado de maneira maciça no curtíssimo prazo. As iniciativas devem começar como pilotos e crescer ao longo dos próximos anos. Uma tendência é que cresça bastante o número de acessórios para smartphones nos próximos dois ou três anos, para suportar a interação destes novos serviços com a mobilidade.

Concorrência
Por mais que as iniciativas da Telefônica sejam consideradas pioneiras no sentido de usar a infraestrutura para suportar negócios na vertical de saúde, as concorrentes não estão menos alvoroçadas para atender a estas demandas e abraçar o filão que passa a consumir mais produtos neste setor. Oi e TIM também se mobilizam e trazem ao mercado produtos que, por enquanto, ainda são tímidos para o grande público – assim como o projeto-piloto da Telefônica -, mas que juntos compõem um avanço expressivo neste sentido.

A TIM se prontificou a dar suporte para a demanda por mobilidade de médicos e outros colaboradores da saúde. A operadora lançou uma oferta de iPhone 4S e iPad 2 para profissionais da área.

“A TIM chega com ofertas e soluções específicas para esse segmento, vislumbrando hospitais, pequenas clínicas e o próprio profissional liberal”, explica Arnaldo Basile, gerente sênior de Marketing Business da operadora. “Depois de algumas pesquisas, na escolha dos aparelhos e tablets, por exemplo, compramos um lote de iPhone 4s e iPad 2.”

Além de hardwares a operadora tem oferecido aos clientes um produto chamado MobileCare Edição TIM, que serve para envio de lembretes de consultas e confirmações via SMS.

A tecnologia caminha pela estrutura do mercado de saúde à medida que o governo desburocratiza e abre mão de alguns controles por um lado, e, por outro, ao passo que as companhias conseguem delinear uma demanda compatível com estes investimentos. Uma conclusão bastante evidente é que as teles estão mais próximas dos clientes e consumidores diretos das tecnologias móveis. E que o crescente acesso de profissionais e pessoas físicas a equipamentos de mobilidade tende a ampliar a capacidade e a segurança deste ambiente.

Fonte SaudeWeb

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